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Se a vida lhe dá limões, faça uma margarita!

Sim! Se a vida lhe dá meia dúzia daqueles limões bem azedos, não faça uma limonada! Faça uma margarita!

Amigos que se afastam, por mais que nos façam sofrer, são como desintoxicações. Sim, algumas pessoas se acumulam em nossa vida sem agregar nada valoroso e quando vão embora abrem espaço para relações mais significativas. Temos que entender também que, se essas pessoas se afastaram, é porque nós já não fazíamos mais sentido para elas. Sim, relações se deterioram porque estamos em constante mutação. Aquela amizade gostosa da adolescência pode não fazer mais sentido na fase adulta, pois as pessoas mudam no decorrer dos anos. Obviamente que é maravilhoso quando as relações, tanto as amorosas como as amizades e as profissionais, duram muito tempo com qualidade. Mas nem sempre é possível.

Quem não quer um amor para a vida toda? Quem não quer amigos para sempre?

Sim! Se a vida lhe dá meia dúzia daqueles limões bem azedos, não faça uma limonada! Faça uma margarita! Pode ser mais divertido! Piadas à parte, às vezes, algumas portas se fecham e a gente fica com aquela cara de paisagem, sem entender muito bem o porquê.

Relacionamentos de longa data, quando acabam, paixões interrompidas no auge, demissões em massa sem justa causa, amigos que desaparecem nos momentos de crise ou quando simplesmente adotamos um outro estilo de vida, problemas de saúde em família são alguns dos exemplos de safanões que a vida pode nos dar, sem nenhum tipo de aviso prévio.
Não vou dizer que aprendemos com tudo de ruim que nos acontece, que sempre podemos tirar uma lição… às vezes, o sofrimento é só sofrimento mesmo. Às vezes, não dá para aprender nada com determinadas situações.

Por outro lado, parece-me que a maioria dos eventos desagradáveis podem se reverter em algo didático ou em até mesmo uma oportunidade.

De repente, o relacionamento de longa data não era tão bom assim e estava impedindo-o de começar um melhor. Uma paixão interrompida no auge é um grande drama pois ela vai deixar um ponto de interrogação gigante em nossa mente. Por outro lado, aprender a lidar com os “ses” da vida faz parte do nosso crescimento.

Muitas vezes, por causa do sofrimento gerado por uma decepção amorosa, a pessoa busca uma terapia que ela precisava fazer há séculos, mas que nunca teve coragem de procurar ou que nem ao menos sabia que devia fazer.

Algumas demissões podem ser a oportunidade ideal para uma guinada na carreira. Quantas pessoas não se reciclam profissionalmente após uma demissão e descobrem um novo nicho em sua área?

Problemas de saúde em família são sempre um dos piores dramas. É quando nos deparamos mais fortemente com a ideia do inevitável, da finitude da vida naturalmente tão limitada.

Mas, muitas vezes, uma doença em família, por mais dolorosa que seja, pode ressignificar relações, estreitar laços, mostrar a nós mesmos uma força que nós nem sabíamos que possuíamos.

Quantas pessoas não passam a valorizar as pequenas alegrias da vida depois de uma grave enfermidade? Quantos parentes que não se falavam mais, não se reaproximam depois de uma doença em família? E quem já precisou cuidar de um familiar adoentado sabe como podemos ser fortes em momentos de crise.

Não faço aqui uma defesa do sofrimento. Muito pelo contrário. Mas podemos aprender, sim, com más experiências. Mais do que isso: podemos descobrir caminhos alternativos e mais felizes para a própria vida.

Sílvia Marques

Viciada em café, chocolate, vinho barato, filmes bizarros e pessoas profundas. Escritora compulsiva, atriz por vício, professora com alma de estudante. O mundo é o meu palco e minha sala de aula , meu laboratório maluco. Degusto novos conhecimentos e degluto vinhos que me deixam insuportavelmente lúcida. Apaixonada por artes em geral, filosofia , psicanálise e tudo que faz a pele da alma se rasgar. Doutora em Comunicação e Semiótica e autora de 7 livros. Entre eles estão "Como fazer uma tese?" ( Editora Avercamp) , "O cinema da paixão: Cultura espanhola nas telas" e "Sociologia da Educação" ( Editora LTC) indicado ao prêmio Jabuti 2013. Sou alguém que realmente odeia móveis fixos.

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