Lembra quando nos vimos pela primeira vez? Foi num bar simplesinho no centro. Você já tinha me visto antes, mas não conta. Foi naquele dia que eu pus os olhos pela primeira vez em você – se bem que eu já estava apaixonada pela simplicidade da sua alma. E até hoje estou. Das tantas coisas que você me ensinou, a mais preciosa é essa simplicidade pra viver a vida. Aquela coisa que eu vou levar comigo onde quer que eu vá. Como quando você disse que não gostava de ir a casamentos porque as pessoas se engravatavam (como se adivinhasse que eu brochava com homens engravatados). Ou quando tiramos o sofá da sala porque preferimos um tapete cheio de almofadas e um monte de espaço livre pro vento correr. Ou quando faltou às festas pomposas de pessoas próximas só porque eram pomposas e eu senti um alívio imenso porque não precisei ir com você. Quando terminou a faculdade e foi fazer algo que amava, mesmo que todo mundo te dissesse que aqueles cinco anos na sala de aula tinham que fazer você ficar rico. Você está rico de felicidade e de uma vida que te apetece – e, se quer saber, aquelas pessoas é que não sabem nada a respeito de riqueza.
E quando nos casamos? Sem vestido rendado, sem smoking, sem papéis engavetados, sem buquê, sem álbuns de fotografia.
“Vamos morar juntos?” “Bora.”
E carregamos as poucas coisas de que precisávamos numa carrocinha num reboque com a ajuda dos nossos muitos e bons amigos. Nossa cama, nosso violão, nossos presentes, nossos livros. Estávamos prontos. Não teve lua-de-mel em Veneza , não teve dia de noiva no salão de beleza, não teve cara de espanto depois do pedido. Não teve festa rica pra pagarmos em dez vezes pra recebermos convidados cuja maioria nem se importava conosco. Só teve felicidade, e tem como dizer “só”?
Confesso que demorou, mas eu aprendi com você que planejar dias perfeitos é a maior perda de tempo. A gente acorda, sorri, e a felicidade chega. Não precisa de jantar, de roupa nova, de discurso pronto. Só nós é que precisamos estar prontos.
Logo eu, que nunca me contentei com nada, aprendi com você que a vida é tão pouco. E que precisamos de tão pouco se tivermos o que interessa. E agora troco os jantares sofisticados no dia dos namorados pela pizza que pedimos e comemos no nosso tapete. Troco as sonhadas viagens programadas por países europeus por aquela ida para a Argentina de carro que a gente planejou. Troco os ursinhos de pelúcia e os buquês de rosas que (ainda bem!) você parou de me presentear quando entendeu que eu não precisava e não queria, pelas músicas que você aprende a tocar pra mim e pelos presentes úteis que traz de surpresa.
Ainda bem que eu não precisei te dizer que flores mortas não alegravam a minha alma, porque com você tudo é vida. É ar puro. É música lenta. É paz de espírito. E que a gente podia acordar, e você podia dizer pra eu usar o meu vestido branco porque ele era lindo, e me oferecer uma dose de uísque e me chamar pro boteco para o qual você jamais chamaria as suas ex-namoradas pomposas. E que eu poderia ir sem usar maquiagem porque eu prefiro assim. Ainda bem que você entendeu, e me ensinou, e compartilhou comigo: o amor é simples como a vida.
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