Recentemente, o viúvo de Paulo Gustavo, Thales Bretas, abriu o coração em uma entrevista comovente sobre a criação dos filhos Romeu e Gael.

Em um raro desabafo público, ele compartilhou como tem lidado com o luto, a paternidade solo e as perguntas delicadas que os meninos — hoje com cinco anos — começam a fazer sobre a figura materna.

“Papai, cadê a mamãe?”

De acordo com Thalles, seus filhos começaram a questionar sobre a presença da mãe, especialmente em datas simbólicas como o Dia das Mães.

“Eles já me perguntaram sobre a ‘mamãe’ deles. Eu explico que eu e papai Paulo pegamos uma barriga emprestada para tê-los. Eles ouvem muita coisa por aí e, como pai, tento sempre ser honesto. Não gosto de mentir”, afirmou o médico.

Romeu e Gael nasceram nos Estados Unidos, em 2019, por meio de barriga de aluguel, prática legalizada no país. Para Thales, manter a clareza e o respeito pelas origens dos filhos é essencial.

“A figura materna é importante, mas a paterna também é. E acredito que tenho cumprido bem esse papel”, completou.

 

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O peso do luto e o recomeço

Desde a morte de Paulo Gustavo em maio de 2021, vítima de complicações da Covid-19, Thales Bretas precisou aprender a conciliar o luto com a paternidade.

“Foi uma dor imensa. O Paulo foi o amor da minha vida. Mas também era a perda de uma figura pública que era amada por milhões. Isso torna tudo ainda mais intenso”, contou ele à Revista Híbrida.

Por muito tempo, Thales evitou falar sobre o assunto. “Não gostava. Era doloroso demais. Mas hoje entendo que dividir essa dor ajuda a curar. E ajuda os meninos também, que estão crescendo e formando sua própria visão de mundo.”

 

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Paternidade real: sem romantização

Apesar do amor pelos filhos, o médico faz questão de desmistificar a paternidade. “Ter filho muda tudo. Se você não tiver certeza absoluta de que quer isso, é melhor repensar. Eu não romantizo. É lindo, é profundo, mas exige entrega total.”

Thales também revelou que não imaginava ser pai sozinho. “Esse projeto de ter filhos era algo que eu queria viver em família, com o Paulo. Quando ele se foi, eu precisei me reconstruir. E, ao mesmo tempo, estar inteiro para os dois.”

Rede de apoio: amor que permanece

Hoje, Thales conta com a ajuda de um círculo familiar próximo, incluindo Déa Lúcia, mãe de Paulo Gustavo, e a madrasta Penha. “Temos um esquema de rodízio. Cada dia uma avó busca os meninos na escola. A Déa e a Penha são fundamentais. Mantivemos um vínculo muito forte depois que o Paulo partiu.”

Ele também relembrou com carinho a união entre as duas famílias: “Na nossa lua de mel, levamos as duas famílias juntas. A gente sempre construiu tudo com amor coletivo, e isso permanece.”

Mesmo diante da dor da perda, Thales Bretas segue firme no propósito de criar Romeu e Gael com afeto, transparência e acolhimento. A história da família formada com Paulo Gustavo é, acima de tudo, uma celebração da diversidade, da coragem e do amor em todas as suas formas.

Imagem de Capa: Thales Bretas