Nos últimos anos, a compreensão sobre o autismo tem avançado significativamente. Muitas características que antes passavam despercebidas, especialmente em adolescentes e adultos, hoje são analisadas com mais atenção por psicólogos e neurologistas.

Uma das manifestações mais observadas é o chamado stimming, ou comportamento de autoestimulação.

O que é o stimming e por que ele é importante?

Stimming é uma forma que o cérebro encontra para regular emoções, ansiedade e estímulos sensoriais. A maioria das pessoas apresentam algum nível desses comportamentos, como roer unhas, balançar a perna ou mexer em objetos.

No entanto, a frequência, intensidade e o impacto social deles podem indicar algo mais profundo.

De acordo com a Dra. Kim Sage, o stimming em pessoas autistas costuma ser mais intenso, frequente e, às vezes, desafiador em contextos sociais e educacionais.

Exemplos comuns de stimming que merecem atenção

Entre os sinais mais frequentes observados em adultos e crianças no espectro, destacam-se:

  • Enrolar ou mexer constantemente nos cabelos;
  • Manipular joias ou pequenos objetos;
  • Interagir com itens como cobertores ou tampas de canetas.

Por que esses comportamentos nem sempre são notados?

Muitos adultos no espectro autista aprendem a mascarar seus comportamentos ou os mantêm apenas em contextos privados. Dessa maneira, dificultando o diagnóstico e pode levar a anos de sofrimento emocional, ansiedade e sensação de inadequação social sem uma explicação clara.

Em alguns casos, o diagnóstico só vem na vida adulta, quando a pessoa busca ajuda por dificuldades crônicas em relacionamentos, sobrecarga sensorial ou esgotamento social.

Quando procurar um profissional?

Embora a presença desses comportamentos não seja, por si só, um indicativo de autismo, é importante buscar uma avaliação profissional se:

  • Os comportamentos são intensos e interferem na vida pessoal, social ou profissional;
  • Há dificuldades persistentes em compreender normas sociais, expressar emoções ou manter vínculos;
  • Existe histórico de hiperfoco, hipersensibilidade sensorial ou isolamento emocional.

O papel da aceitação e do diagnóstico correto

Especialistas reforçam que o objetivo não é eliminar o stimming, mas entender seu papel na autorregulação e, quando necessário, ajustar o ambiente para que a pessoa se sinta segura e acolhida.

Com o avanço das pesquisas, cada vez mais profissionais adotam uma abordagem baseada no respeito às diferenças neurológicas — o chamado neurodivergência positiva.

Por isso, entender os sinais mais sutis — como o stimming — pode ajudar na busca por uma vida com mais equilíbrio, autoestima e pertencimento.

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Imagem de Capa: Reprodução