Por Carolina Zimmer

O artigo defende que o sofrimento, a infelicidade e o incômodo são capazes de impulsionar a criação de obras extraordinárias.

Você já pensou sobre tudo aquilo que a dor e o sofrimento são capazes de fazer por você?
Que mesmo vivendo o pior pesadelo você pode criar algo extraordinário a partir dele? Algo que realmente faça a diferença para outras pessoas, algo que impacte o seu ambiente, a arte, a história ou mesmo que traga alento, alegria e discernimento para outros seres humanos, tão sofredores quanto você?

As mais lindas histórias de amor, sempre têm um quê de desencontro, ânsia e tragédia.
As pinturas mais expressivas, normalmente assim o são, porque o artista era um atormentado, que o diga Van Gogh, que decepou a própria orelha em um momento de insanidade.

Grandes escritores são conhecidos não só pela genialidade com que conduziram suas obras, mas também pelas suas tragédias pessoais, muitas culminando no suicídio, como nos casos de Ernest Hemingway e Virginia Woolf. Ouso dizer que a obra deles só é tão relevante para a humanidade, porque o incômodo que viviam era de proporção tal, que a única forma de expressar e construir algo válido era por meio da arte.

Mas será que para criar algo fantástico, digno de espanto e admiração é necessário ser infeliz?
Ao que tudo indica, sim. Não infeliz para sempre, mas miserável e sofredor por um tempo, até porque, uma das características da vida é a impermanência das coisas, o que nos faz concluir, otimistamente, que o inferno não é aqui.

A arte surge do incômodo. Do estorvo, Chico Buarque fez um livro. E fez músicas, músicas de relevância política, numa época em que pensar alto poderia gerar um sofrimento torturante, que, diga-se de passagem, ele conheceu mais de perto do que a grande maioria dos brasileiros, já que viveu no exílio e viu a tortura de muitos amigos.
Não há como existir o belo, se não existir o feio para servir de adubo.

Momentos de harmonia, paz e felicidade são gloriosos e devem ser desfrutados pedacinho por pedacinho, como aquele último pedaço do bolo feito pela vovó. Não duram para sempre e não produzem nada novo, são para gozo e fruição, apenas.

Mas saiba, que somente as ostras que sentem o incômodo de um grão de areia que insiste em arranhar o seu interior macio é que produzem pérolas. Como já dizia o grande contador de história Rubem Alves: “Ostra feliz não faz pérola”.

E levando em consideração que é a infelicidade e o sofrimento que trazem a evolução para cada um de nós, quero encerrar citando Lacan: “ Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você.”

Que tal transformar em uma pérola?

Resiliência Humana

Bem-estar, Autoconhecimento e Terapia

Recent Posts

Quase ninguém aguenta essa fase do amor — mas é ela que decide tudo

Todo relacionamento é composto por fases. Algumas pessoas chamam de ciclos, outras de fases emocionais.…

1 dia ago

10 Frases que fazem qualquer homem temer te perder (sem drama e sem joguinhos)

Muitas mulheres acreditam que um homem tem medo de perder. Mas, na prática, o que…

1 dia ago

A posição em que você dorme revela segredos que nem você imaginava

Você já reparou em qual posição costuma acordar na maioria dos dias? Esse detalhe esquecido…

1 dia ago

Mantenha seu relacionamento vivo com a regra 2-2-2

Quando já estamos anos com a mesma pessoa, é desafiador manter a chama do amor…

3 dias ago

Seu celular em perigo: O golpe do QR Code que pode invadir tudo em segundos

Você já recebeu um presente inesperado em casa? Aquele pacote misterioso, com seu nome e…

3 dias ago

Sonhar com dentes caindo não é por acaso: Entenda o recado do seu subconsciente

Sonhar que os dentes estão caindo é uma experiência tão comum quanto perturbadora. Muitas pessoas…

3 dias ago