O que é Avidya: a fonte de todo sofrimento humano.

O verdadeiro “Conhecimento” não consiste em conhecer as coisas do mundo objetivo, mas do mundo de si. Essa afirmação é o que o Yoga chama de vidya. Vidya significa ‘conhecimento correto’ e Avidya ‘não-conhecimento’.

AVIDYA É A FONTE DO SOFRIMENTO HUMANO, POIS CONSISTE EM TOMAR O MUTÁVEL PELO IMUTÁVEL E O IMUTÁVEL PELO MUTÁVEL.

Avidya é quando você passa a se identificar com o seu lado sombra e a tomá-lo como real, como, por exemplo, foi retratado na caverna de Platão.

Em simples palavras, vidya seria discernir corretamente o que é eterno e o que é passageiro. E Avidya é o seu oposto, é a falta de discernimento do que é real e do que é fantasioso.

Essa diferença entre o eterno e o perecível foi ilustrada de forma quase infantil pela religiosidade como a dualidade bem/mal. Ou entre as coisas do céu – eternas e divinas – e as coisas do mundo – impermanentes e profanas.

COMO DIRIA PAULO DE TARSO, “BUSCAI AS COISAS DO ALTO, ONDE CRISTO ESTÁ”. E ESSA É A DIFERENÇA ENTRE SABER-SE DIVINO E ESSENCIAL E IMAGINAR-SE UM SER SEPARADO DA FONTE, SUJEITO AO TEMPERAMENTO DAS COISAS.

A confusão interior causada por avidya sujeita os seres ao desespero da falta de controle porque não se sabe discernir o que é controlável do que não é. Também, sujeita os seres ao desejo porque não se distingue corretamente o que de fato seria alimento do ego do que seria felicidade duradoura ao ser.

Com um conhecimento correto sobre si, imagine-se não estar emocionalmente sujeito a imprevistos, a mudanças bruscas, ao medo do futuro; ou estar seguro a uma fonte permanente, fixa, duradoura e estável; também saber priorizar exatamente as lutas que trarão frutos duradouros.

Mas como a avidya afasta a consciência da fonte criadora, ela arrasta o ser à vontade de buscar a fixidez externamente. É o que causa, em outras palavras, o desejo. E o desejo leva ao sofrimento porque desejamos o que é passageiro e perecível.

Desejo, como disse Buda, é a causa do sofrimento.

Mas esse conhecimento leva a uma indagação: como achar esse espaço de estabilidade interna?

O primeiro passo é desenvolver outros tipos de inteligências que não a racional.

A razão é uma ferramenta importante para conhecer a parte mutável do mundo mas, para isso, ela procura padrões e faz previsões. Tudo para proteger-se do imprevisível. Porém, não há como evitar o imprevisível.

No mundo emocional, a razão utiliza os confrontos com o imprevisível para criar condicionamentos e, de novo, prever possíveis ameaças. A razão serve, portanto, para calcular, mesmo que de forma inconsciente.

Já a inteligência emocional, espiritual e intuitiva, te leva a aceitar o que é imutável no mundo e a aproveitar a vida como ela é. Nesse contexto, te leva a achar dentro de si a fonte de paz e estabilidade.

Por isso é tão importante, afirmo, fundamental, que você desenvolva a inteligência espiritual para sair do estado de imediatismo e excesso de controle. Assim, você vai conseguir perceber o valor do que de fato importa na vida e o real sentido da sua existência.

*DA REDAÇÃO RH. Foto de Žygimantas Dukauskas na Unsplash

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Professor de Yoga, RYT 200 em Yoga Alliance, foi professor na Universidade de Brasília, idealizador do Movimento Ahimsa e dedica-se a estudar o ser humano. Investiga com profundidade filosofias orientais e ocidentais, religião, meditação, psicanálise, história, antropologia e outras disciplinas. Titulou-se mestre em sociologia pela Universidade de Chicago onde estudou o desenvolvimento de religiões ditas "heterodoxas" no Brasil, é pesquisador do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito - CPAH e membro da sociedade de alto QI Mensa.