Nesta última quinta-feira (12), o mundo se deparou com uma tragédia chocante. Um avião da Air India, modelo Boeing 787-8 Dreamliner, caiu poucos segundos após decolar do Aeroporto Internacional de Ahmedabad, na Índia.
A bordo, estavam 242 pessoas. Apenas uma sobreviveu: Vishwash Kumar Ramesh, ocupante do assento 11A.
Ramesh, cidadão britânico de origem indiana, estava sentado na fileira de emergência, e, de forma até agora inexplicável, conseguiu sair com vida do acidente. Em entrevista ao jornal Hindustan Times, ele descreveu os primeiros momentos após o impacto:
“Quando abri os olhos, havia corpos por todos os lados. Fiquei em choque. Me levantei e corri. Estava tudo destruído. Havia pedaços do avião espalhados por todo lugar”, contou.
De acordo com os bombeiros, o avião se chocou contra um alojamento residencial de médicos, em uma área densamente povoada da cidade. As primeiras imagens do local mostram destroços em chamas, fumaça densa e o rastro de destruição em meio aos escombros.
Um vídeo divulgado por emissoras locais mostra o momento em que Ramesh é encontrado caminhando pela rua, ferido, mas consciente, momentos após o acidente. Ele foi socorrido por moradores e levado para o hospital.
“Alguém me puxou, me colocou em uma ambulância e me levou ao hospital. Eu não entendi como consegui sair”, contou o passageiro, de 40 anos.
Ele sofreu lesões no tórax e nos olhos, mas está em condição estável. A família, que vive em Leicester, no Reino Unido, foi avisada pouco depois. Seu irmão, que também estava a bordo, segue desaparecido.
Ramesh ocupava o assento 11A, na fileira da saída de emergência, o que levanta especulações sobre se essa posição ajudou a aumentar suas chances de escapar. Especialistas em aviação, no entanto, alertam que não há evidência científica de que o local no avião determine a sobrevivência em acidentes graves.
Este caso, no entanto, volta a acender o debate sobre a estrutura de segurança dos assentos de emergência, frequentemente apontados como áreas com mais espaço para mobilidade e mais chances de evacuação rápida.
Com pelo menos 204 mortos já confirmados, esse acidente já está entre os dez desastres aéreos mais letais dos últimos 20 anos. A aeronave levava passageiros de diversas nacionalidades, incluindo britânicos, portugueses e canadenses.
Além das vítimas a bordo, autoridades também confirmaram mortos em solo, já que o avião atingiu uma área residencial logo após a decolagem. As investigações iniciais apontam que a queda aconteceu cerca de 30 segundos após o voo levantar do solo.
Horas antes da tragédia, outro passageiro — Akash Vatsa — relatou falhas graves no mesmo avião, incluindo pane no ar-condicionado, botões inoperantes e luzes desligadas. Ele chegou a gravar vídeos e publicar nas redes sociais, alertando a Air India. A empresa ainda não se manifestou oficialmente sobre os relatos.
Ainda é cedo para confirmar as causas, mas especialistas já falam em falha sistêmica nos sistemas elétricos do Boeing 787-8, modelo que até então tinha um histórico de segurança sólido. Este é o primeiro acidente fatal envolvendo este modelo desde sua estreia, em 2011.
A Air India e a Boeing prometeram colaborar com as investigações e divulgar um relatório oficial nos próximos dias.
Imagem de Capa: Reprodução
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