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Só mais uma pessoa que eu conheci

Rolando pela timeline fria do meu Facebook, vagando por postagens de notícias ruins e pessoas que eu nem sei por que estão ali, me deparo com aquela típica sugestão de pessoas que talvez você conheça e rolando para o lado me deparo com a sua foto.

O baque é grande, mas eu meio que já esperava por isso. O cabelo está mais curto, mas o olhar pelo qual me apaixonei ainda está lá me convidando.

Será que aquela pessoa que eu amei com toda a minha alma ainda está perdida em algum lugar no fundo desses olhos?

Coloco o mouse com cuidado sobre o adicionar amigo e lembro-me daquela maldita frase que ecoa repetidamente pela minha cabeça: “Nós nunca seremos amigas” e me pego pensando se eu realmente te conheci um dia ou apenas uma versão que eu inventei de você nos meus melhores sonhos e penso que talvez não fosse uma boa ideia já que hoje você encontrou tudo aquilo que você tanto procurava e não encontrava em mim.

Não resisto em clicar e entrar para saber o que você tem feito da vida – não que eu tenha feito isso milhares de vezes e já saiba a resposta de cor. Olho bem pra sua foto mais uma vez e percebo que ainda temos alguns amigos em comum, mas, parece que a gente nunca se conheceu antes.

Como aquele conhecido do amigo que você sempre vê nas atualizações, mas nunca viu pessoalmente. Estranho, né?

Afinal, quantas noites a gente virou conversando sobre os mais variados assuntos e quantas vezes dividimos a mesma cama e os mesmos sonhos?

Procuro alguma coisa que me ligue a você e percebo que talvez não tenha sobrado muita coisa daquilo que fomos – nem mesmo as poucas fotos que tiramos e que você insistia em manter escondidas em alguma pasta bloqueada do celular só para usá-las contra mim algum dia.

Arrisco em dizer que o espaço pra mim no seu coração era menor ainda. Mas é bom ver como você parece feliz, publicando sem medo os seus sentimentos. Declarando o seu amor para quer quiser ver e ouvir como nunca foi capaz de fazer quando ainda éramos (?) um casal.

Ou será que nunca fomos? E se não fomos, o que éramos? Seriam aquelas suas palavras completamente vazias de algum sentimento por mim?

Será que se a gente se esbarrasse nessas esquinas da vida e se conhecesse de novo você ainda se apaixonaria pelo jeito desastrado ou nem olharia pra mim? Porque talvez você tenha se encantado com uma versão idealizada de mim também, quando na verdade eu sou só mais uma pessoa feita de carne, ossos e confusão, tentando fazer algo dar certo e que quando encontra alguém que vira o seu mundo de cabeça pra baixo se joga sem medo.

Exatamente como você está fazendo agora. Parece até que todo aquele medo que você sentia de se mostrar ao mundo quando estava comigo desapareceu em um passe de mágica.

Que azar o meu de ter entrado na sua vida quando você não se importava com essa baboseira toda que chamam de amor e que sorte a dessa pessoa que você tem agora!

A verdade é que depois de tudo o que fomos você é só mais uma pessoa que eu conheci.

Carla Rocha

é Mineira de certidão e paulista de coração. Amante de café, citações e boas histórias. Metade clichê e metade metamorfose ambulante que acredita sempre no melhor das pessoas e acima de tudo no amor que move montanhas e refaz corações partidos.

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