Autores

Enquanto você dá inúmeras chances à mesma pessoa, tem alguém querendo só uma chance pra te fazer feliz

E assim vamos deixando passar por nós gente que seria o amigo de todas as horas, que nos amaria muito além da cama, deixando escorrer por entre nossas mãos oportunidades únicas de emprego, de viagem, de conhecer o novo, de se lançar à amplitude de que se valem os nossos sonhos.

Sempre existirão outras pessoas, outros empregos, outros momentos, isso todo mundo sabe. No entanto, como é difícil nos desprendermos do que já pensamos ser nosso, do que já faz parte de nossas vidas, mesmo que seja algo ou alguém que nada de bom tem a acrescentar. Às vezes, até nos apegamos ao que faz mal, ao que machuca, somente para não termos que nos mexer e sair à procura de coisas novas.

Temos certa necessidade de tranquilidade, de mantermos algumas certezas em nosso caminhar. Incertezas demasiadas nos intranquilizam, pois queremos algum tipo de serenidade em meio a essa vida que costuma virar tudo de cabeça para baixo, sem hora marcada. Por essa razão, acabamos, muitas vezes, guardando conosco aquilo que parece seguro, mesmo que não seja o mais acertado, ainda que se trate de alguém que nem se preocupa conosco um mínimo que seja.

E assim vamos deixando passar por nós gente que seria o amigo de todas as horas, que nos amaria muito além da cama, que nos roubaria beijos e sorrisos na ordem e na medida exatas. E assim vamos deixando escorrer por entre nossas mãos oportunidades únicas de emprego, de viagem, de conhecer o novo, de se lançar à amplitude de que se valem os nossos sonhos. Tudo porque preferimos manter – mesmo que com dor – o que aparentemente já temos.

Na verdade, abrir mão do que já é uma certeza, por conta do que é incerto e duvidoso pode ser decepcionante, pois nem tudo dá certo, nem todos se mantêm iguais, reviravoltas acontecem. E, lá na frente, poderemos nos arrepender, poderemos perceber que o que já tínhamos era suficiente, que quem estava conosco era mesmo a pessoa certa, que aquele amigo era mais leal, enfim, estaremos, sim, sujeitos a escolhas erradas. Nem por isso erraremos sempre que escolhermos.

Jamais poderemos controlar tudo o que faz parte de nossa jornada, nem teremos como prever o que aconteceria se agíssemos de uma ou de outra forma. Sempre que nos lançarmos ao novo, estaremos correndo riscos, estaremos partindo rumo ao desconhecido. No entanto, poderemos ao menos manter a certeza quanto ao que e a quem não queremos mais fazendo parte de nossas vidas, porque assim estaremos mais seguros no propósito de ser feliz, sabendo que o que emperra já se foi.

Prof. Marcel Camargo

Graduado em Letras e Mestre em "História, Filosofia e Educação" pela Unicamp/SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor Universitário e de Educação Básica. É apaixonado por leituras, filmes, músicas, chocolate e pela família.

Recent Posts

Milionária diz que não merece sua fortuna e decide se livrar dela

Ter uma herança bilionária é o sonho de muita gente. Para Marlene Engelhorn, no entanto,…

2 dias ago

Abrossexualidade: A orientação sexual fluida que vem ganhando força entre os jovens

Recentemente, tanto nas redes sociais quanto na comunidade LGBTQIA+, um novo termo vem sendo usado…

2 dias ago

Se uma lagartixa apareceu na sua casa, isso pode ser um sinal espiritual poderoso

Se uma lagartixa começou a aparecer na sua casa com frequência, isso não é apenas…

2 dias ago

Pessoas traídas revelam o primeiro sinal quase invisível da infidelidade — e ele não é óbvio

Quando alguém descobre uma traição, a dor costuma vir acompanhada de uma pergunta que não…

2 dias ago

Homem vive 32 anos isolado em ilha italiana e emociona o mundo

Há quem busque paz, silêncio e um contato profundo com a natureza. Mauro Morandi levou…

2 dias ago

Ciclo de ouro ativado: quem são os 4 signos escolhidos pelo Universo?

Com o fim do ano, muitas pessoas ficam se perguntando se o próximo ano será…

5 dias ago