Para vivermos melhor hoje, para termos um futuro mais promissor, é preciso primeiro curarmos o passado. Lembranças dolorosas, mágoas, rancores, ressentimentos são pesos que podemos carregar por décadas, sugando as nossas energias e impedindo o equilíbrio e serenidade.
Todos nós temos algum tipo de lembrança dolorosa, por coisas que fizeram a nós, por coisas que gostaríamos que tivessem acontecido, por atos ou omissões que nós de alguma forma causamos. Isto é inevitável, acontece em todas as épocas da vida, mas são especialmente importantes quando envelhecemos. Quando somos jovens, temos ainda todo o tempo do mundo, e quando ficamos velhos, o tempo já não é mais tão grande: é uma boa época de resolver estas pendências. Guardar rancor, não perdoar é como segurar um carvão em brasa para jogá-lo em outra pessoa quando surgir a oportunidade, mas o único que se queima é você!
O escritor e terapeuta Ron Pevny, em seu e-book “Conscious living, conscious aging” escreve que nós vemos o perdão como um tipo de imperativo moral que pode ser possível ou não para nós, especialmente quando nossa raiva e ressentimento acham-se justificadas, e o ofensor não demonstra sincera constrição ou não foi punido o suficiente. Diz Ron Pevny:
Perdão não significa permitir o direito do outro de ferir teus sentimentos
Perdão não muda o passado e não significa que esquecemos o passado; pode sempre haver dor quando lembramos como fomos feridos ou como ferimos alguém.
O perdão de nenhuma forma desculpa o ato que causou ferimento
O perdão não absolve o ofensor das consequências de suas ações
O perdão não significa que iremos dar continuidade a um relacionamento com a outra pessoa, apesar de uma reconciliação possa ser possível e correta. Pode ser o caso de, para nosso bem estar físico e emocional, que um relacionamento posterior possa não acontecer.
O perdão é um processo de muitas camadas, ao invés de um ato único, um processo que precisa ser repetido muitas vezes, a cada vez resolvendo uma camada e tornando-se mais completo
A parte mais difícil do processo de perdão é nós nos perdoarmos. É claro que precisamos pedir perdão pelo que fizemos ou deixamos de fazer aos outros, mas a maior dificuldade é admitirmos e perdoarmos nossas próprias falhas e erros, as escolhas que fizemos. E se eu tivesse feitos as coisas de outra maneira? Por que naquela ocasião eu não ouvi a voz da razão? Que escolha idiota eu fui fazer! Ficarmos nos recriminando pelo que aconteceu no passado não nos ajuda em nada. Uma coisa que ajuda é compreender que, com a consciência que tínhamos naquela época, talvez aquela fosse a melhor alternativa que tínhamos. Avaliar com a nossa cabeça de hoje o que ocorreu há muito tempo atrás não nos ajuda em nada.
Os erros do passado, analisados à luz do dia de hoje, podem nos fazer compreender que aquilo era uma lição a ser aprendida, uma crise que de alguma forma contribuiu para o nosso crescimento como seres humanos. Avaliar o contexto em que o erro ocorreu, humanizar o ofensor e a nós mesmos podem ser alguns passos que nos ajudam a nos perdoarmos. A lei paradoxal da mudança é que só podemos modificar uma situação, por mais dolorosa que seja, se primeiro a aceitarmos totalmente.
Deixo a pergunta para cada um refletir: quais são os rancores que você ainda traz do passado? Quais são as reconciliações que ainda precisam ser feitas? Essas respostas muitas vezes precisam da coragem e da intuição para buscar apoio, o que é um reflexo de nossa força, ao invés de fraqueza. Lembre-se, guardar rancores, não perdoar, faz muito mal à saúde.
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