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A pandemia bloqueou os afetos, potencializou as nossas fragilidades e reforçou a dependência.

Somos seres de afetos, não vivemos sem eles e a pandemia deixou isso muito claro para todos nós.

É inegável que o nosso cotidiano está envolta das relações afetivas. O que comemos, bebemos, vestimos, com quem nos relacionamos e onde trabalhamos estão marcados por afetividade, contudo, a pandemia bloqueou os afetos, potencializou as nossas fragilidades e reforçou a dependência dos outros.

Hoje, estamos saudosos de beijos, de abraços e de aproximação calorosa, o que causou uma intensa mudança nas relações interpessoais, pois suspendemos as demonstrações de carinho em razão da contaminação do coronavírus.

Nós, humanos, desde o útero materno temos um poderoso veículo afetivo com o corpo da mãe, e que no decorrer da vida os afetos têm uma conexão com as experiências vividas em relação as pessoas, objetos e ambientes do passado.

Então, quando somos amados na infância nos sentimos mais seguros, o que é a sinergia para nossa formação.

Sendo assim, a afetividade possui um papel decisivo no processo de aprendizagem, ou seja, o afeto é um agente modificador, que influência a nossa maneira de pensar e agir sobre o mundo.

É por isso, que as vivências positivas criam afetos, mas o embotamento afetivo pode provocar a retração emocional, o que está ocorrendo na pandemia.

No entanto, antes da pandemia do Covid-19 discutimos o afeto como algo complexo, que estava sendo extinto pela competição econômica, que busca retirar os espaços de se manifestar com empatia.

A nossa modernidade líquida tem rejeitado as formas de afetos, por imposição de sua volatilidade que viera desorganizar todas as esferas da vida social como o amor, a cultura, o trabalho etc, tal qual a conhecíamos até o momento.

Aliado a esse contexto, a pandemia nos conduz a sensação de perda, nos obrigando a repensar os nossos valores e que o nosso modo existir no mundo não é mais o mesmo.

Aliás, a crise sanitária, comprovou que necessitamos pertencer a uma comunidade local e global, e que o bem-quer é uma porta para que possamos agir humanamente, ajudando a nutrir os vínculos sociais que são vitais à nossa existência.

Porém, o narcisismo foi atingido pelo vírus, onde o “eu” deixa de ser o centro do universo, mostrando a importância de pôr em prática a humildade e reconhecer que somos falhos.

Portanto, a educação afetiva, pós-pandemia, deve ser um imperativo na criação de um clima vivencial de sensibilidades, de gestos altivos, belos e bons, como aqueles que estamos sentindo falta nesses dias de isolamento, e que devem ser cultivados após essa crise de saúde, que abrange todo o planeta.

Por fim, a pandemia está relembrando que somos seres de afetos, que não vivemos sem eles. E, nesse sentido, não nascemos prontos, não somos seres acabados, somos processo, somos projeto e somos travessia.

*Foto de Anastasia Vityukova no Unsplash

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Jackson César Buonocore

Sociólogo e Psicanalista

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