Vivemos num mundo extremamente imediatista. A geração atual quer tudo para ontem e tem seus desejos auxiliados por grandes avanços que, com a mesma velocidade que facilitam nossas vidas, nos tornam extremamente dependentes deles.

A internet é a grande responsável por nos tornar globalizados e faz com que muitas pessoas (inclusive nós) consigam trabalhar de qualquer lugar, a qualquer hora. Mas mesmo evoluindo em tecnologia, ainda carregamos conosco métodos ultrapassados de trabalho, como o modelo de escritórios (coisa que empresas em muitos países já aboliram por não precisarem da presença física de seus funcionários, e sim, de que o trabalho esteja sendo bem feito).

E a junção desses dois fatores faz com que tenhamos agora chefes controladores capazes de nos encontrar além de fisicamente, no escritório, por email, Facebook, Twitter, Instagram, WhatsApp, Skype, o que leva muitos a não terem mais um horário de descanso mesmo em um feriado qualquer.

Por mais que viver com tamanha tecnologia seja maravilhoso, este ambiente está gerando uma série de problemas contemporâneos, com uma população cheia de ansiosos e depressivos, que sempre se cobram por resultados, pelo agora, e vivem a pressão de precisarem estar sempre atualizados para não cair no esquecimento e serem ultrapassados.

Como viajar cura o mal dos problemas contemporâneos

Em um ambiente como este, assim como muitas pessoas da minha idade, desenvolvi com o tempo um distúrbio de ansiedade. Mas desde que meti o pé na estrada este é um problema que espero que fique no passado.

Isso começou a me assombrar quando me formei e comecei a me cobrar para conseguir o melhor emprego, ter os melhores trabalhos e sempre estar à caça de novos clientes. Minha mente nunca estava em paz e isso gerava problemas físicos como insônia, palpitações e total falta de apetite. Quando não atendia minha meta, entrava em depressão.

Junto a isso tudo, ainda me revoltava ao pensar que enfrentava horas inesgotáveis no trânsito, trabalhando feito louca para juntar dinheiro para comprar, sei lá, um carro ou um apartamento, coisas que iriam me prender a um mesmo lugar por tempo indeterminado.

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Nunca entrou na minha cabeça que o ser humano nasceu para trabalhar até morrer. Nem que devêssemos trabalhar o máximo quando jovens para conseguirmos uma vida de qualidade (e SE conseguirmos) quando mais velhos. Eu tenho disposição agora, quero desbravar o mundo agora, e não quando não tiver mais forças e me acomodar numa viagem tranquila, totalmente planejada por uma agência e não por mim. Porque essa tal viagem tranquila, “para relaxar”, durante os 30 dias de férias é mais uma imposição desse sistema, que faz todos pensarmos que esgotar-se de trabalhar e acumular bens materiais é o caminho natural das coisas.

Todo esse pensamento, que me atormentava, me deixava doente, me fez gritar “chega” e decidir que queria outra vida e que fosse viajando fora do Brasil.

Neste processo de busca por um novo modelo de vida, Carlos e eu continuamos trabalhando remotamente e a única cobrança que nos fazemos agora é a de levar a você uma experiência de vida que sabemos que é possível. Queremos instigar vocês, que também dividem todo esse pensamento conosco, a fazer o mesmo e ver que aquilo com o que você sonha não é algo impossível.

Ouvi de muita gente que viajar não curava angústias, mas só as mudava de endereço. Viajar cura sim. Palpitações, noites de insônia e falta de apetite? Não tem como ter algo assim quando se é feliz.