Viajar é uma das coisas mais mágicas que existem. Eu penso muito sobre os lugares que sonho em conhecer e sempre me pego cotando passagens aéreas mesmo quando não tenho nenhuma viagem se aproximando. Fazer isso pode parecer bobo, mas acende uma alegria sem igual dentro de mim.

Acho que essa minha relação mais forte com o ato de viajar começou há mais ou menos uns 5 anos. Já contei isso várias vezes no blog, mas conhecer a Europa foi um divisor de águas na minha vida. Até então eu não tinha muita noção de que existiam lugares ao redor do mundo que se pareciam tanto comigo.

Pois é, viajar abre muito a cabeça em todos os sentidos. Descobrir novos lugares e mergulhar em diferentes culturas nos obriga a sair da zona de conforto, a abraçar o diferente e absorver a beleza de tantos lugares inusitados por aí. Mas, acima de tudo, viajar parece ter um poder anestesiante. Parece que assim que colocamos o pé na estrada ou avião, nossos problemas ficam para trás.

A partir daquele momento só existem coisas boas, descobertas, frio na barriga (dos bons). E enquanto permanecemos em território desconhecido nossas tristezas ficam mais leves e muito menos aparentes no nosso dia a dia. Seria por que estamos nos conectando o tempo todo com novidades e não temos tempo para pensar em problemas? Ou seria por estarmos nos redescobrindo e ressignificando tais problemas?

Afinal, talvez nem sejam problemas tão grandes assim se comparados com tudo o que assombra o mundo – terrorismo, desigualdades, doenças. Ou então talvez seus problemas sejam grandes sim, mas esse tempo em terras desconhecidas pode fazer com que você encare-os de outra forma.

De qualquer forma não há como negar que viajar nos faz esquecer as tristezas e dificuldades da vida por uns instantes. Quando estamos lá, frente a frente com uma paisagem exuberante do Deserto de Atacama ou simplesmente tomando um café em uma brasserie parisiense, nada é mais importante do que aquela sensação. Só existe você e aquele momento: simples e de tirar o fôlego. E pode ter certeza de que essa é a felicidade em sua forma mais pura e nenhuma tristeza tem o direito de tirá-la de você.








Bruna Cosenza é paulista e publicitária. Acredita que as palavras têm poder próprio e são capazes de transformar, inspirar e libertar. É autora do romance "Lola & Benjamin" e criadora do blog Para Preencher, no qual escreve sobre comportamento e relacionamentos do mundo contemporâneo.