Ninguém precisa mudar a sua rotina ou deixar de cumprir com as suas obrigações para demonstrar empatia, carinho, amizade verdadeira , cumplicidade amorosa. Ninguém precisa deixar de trabalhar ou cuidar dos filhos ou cuidar da casa para dar um apoio moral a um amigo doente ou a um amigo que sofre por ter um parente doente. Um telefonema rápido na hora do almoço ou antes de dormir pode animar quem sofre , quem espera , quem se encontra num estado de profundo cansaço emocional.

Muitas vezes, quando estamos vivendo momentos difíceis e dolorosos , nós não esperamos por grandes gestos nem por sacrifícios homéricos por parte de quem amamos. Não esperamos que nossos amigos e parentes joguem tudo para o alto para cuidar de nós. Muitas vezes , queremos simplesmente sentir que as pessoas amadas estão ali , de coração aberto , disponíveis emocionalmente caso nós realmente necessitemos delas, transmitindo um mínimo de empatia pelo nosso momento.

Muitas vezes, uma palavra amiga , uma mensagem via Whatsapp perguntando como nós estamos nos sentindo, um café compartilhado no corredor de um hospital quando um ente querido está numa sala de cirurgia, 5 minutinhos de conversa antes do expediente começar , um olhar cúmplice diante de uma situação constrangedora ou apenas um “Eu te entendo” quando parece que vamos explodir , conta muito mais do que a maioria das pessoas possa imaginar.

Ninguém precisa mudar a sua rotina ou deixar de cumprir com as suas obrigações para demonstrar empatia, carinho, amizade verdadeira , cumplicidade amorosa. Ninguém precisa deixar de trabalhar ou cuidar dos filhos ou cuidar da casa para dar um apoio moral a um amigo doente ou a um amigo que sofre por ter um parente doente. Um telefonema rápido na hora do almoço ou antes de dormir pode animar quem sofre , quem espera , quem se encontra num estado de profundo cansaço emocional.
Sentir é saber com o coração. E quando estamos tristes , preocupados , tensos , muitas vezes , o sentir se torna muito mais importante do que o saber. Sim, sentir que quem amamos se importa com a nossa dor pode não resolver o nosso problema , mas alivia o nosso coração.








Viciada em café, chocolate, vinho barato, filmes bizarros e pessoas profundas. Escritora compulsiva, atriz por vício, professora com alma de estudante. O mundo é o meu palco e minha sala de aula , meu laboratório maluco. Degusto novos conhecimentos e degluto vinhos que me deixam insuportavelmente lúcida. Apaixonada por artes em geral, filosofia , psicanálise e tudo que faz a pele da alma se rasgar. Doutora em Comunicação e Semiótica e autora de 7 livros. Entre eles estão "Como fazer uma tese?" ( Editora Avercamp) , "O cinema da paixão: Cultura espanhola nas telas" e "Sociologia da Educação" ( Editora LTC) indicado ao prêmio Jabuti 2013. Sou alguém que realmente odeia móveis fixos.