As mães são incríveis.

Por nove meses ela te carrega em seu corpo cansado como quem proteje a coisa mais valiosa do mundo inteiro. Conversa contigo enquanto desliza as suas mãos suavemente sobre a barriga dizendo baixinho; Calma meu anjo, mamãe está aqui, e vai ficar tudo bem. Te oferece dúzias de carinhos e inúmeras canções noturnas que te acalma a alma expulsando qualquer bicho-papão dentro do guarda-roupa. Por nove meses ela te entrega o seu corpo, todo o seu afeto, todo o seu amor e a sua vida inteira se caso precisar. E mesmo quando as dores insistem em lhe fazer uma visita, ela abre um sorriso enorme quando você chuta a barriga dela como quem diz; mamãe, estou bem aqui, e vai ficar tudo bem.

Então você nasce, e de repente uma luz intensamente ofuscante ilumina toda aquela escuridão bem na frente dos teus olhos. Uma enorme quantidade de ar envolve os teus pulmões pela primeira vez, e você sente o verdadeiro significado da dor quando o choro chega poucos segundos após o teu nascimento. Aí mamãe te põe nos braços e encara os teus olhos clarinhos, então, ela sente o significado do verdadeiro amor pela primeira vez. Ela te coloca nos braços e divide algumas lágrimas contigo. De um lado, lágrimas da tua dor por inspirar o ar pela primeira vez, do outro, lágrimas de um amor infinito que jamais terá fim. Lágrimas que regam a alma profundamente. Depois de um tempo, quando você se acalma, ela te balança devagarinho, e carinhosamente faz um cafuné em tua pequena cabeça enquanto canta aquela canção que costumava cantar quando você ainda estava dentro de sua barriga gigante.

Então você cresce, e sente pela primeira vez a dor de um joelho ralado, mas novamente mamãe está por ali com seus remédios caseiros, seus carinhos e afagos, e suas mágicas de mãe. O tempo passa, e você passa a sentir novas dores, mas desta vez não é o teu joelho ralado que dói, agora, é a primeira vez que você sente a dor de um coração partido. E como dói. Uma dor que parece não passar com remédio algum. Uma dor que parece não passar com nada. Porém, novamente, e insistentemente, mamãe está ali por perto mais uma vez. E jamais se esqueça de agradecer por estes momentos em que ela estiver por perto. Pois a falta de paciência hoje, vai ser a saudade de amanhã. Então, mamãe te coloca nos braços como da primeira vez em que te olhou no fundo dos teus olhos, e baixinho lhe diz; vai ficar tudo bem, meu anjo. Mamãe está bem aqui. Sempre estará.

Aí você cresce. Amadurece. E tudo na vida se torna estresse. Trabalho. Correria. Rotina. Mais estresse. Mais trabalho. Mais Rotina. Menos tempo. Mas você passa por cima disto tudo e decide criar asas para voar mundo afora. E mamãe assiste você tornar-se a mulher que ela sempre quis que você fosse. Profundamente orgulhosa por você alçar altos vôos. Naquele instante parece que o mundo pertence somente a ti. Mas não se engane. Ele não lhe pertence. Porém, você pode o conquistar aos poucos. Então, você se casa. Tem filhos e consegue uma linda casa no campo da qual sempre sonhou. Agora nada mais parece te parar e realmente não para. Pois você seguiu os seus sonhos e não olhou mais para trás.

Por nove meses mamãe te carregou em seu corpo cansado como quem protegeu a coisa mais valiosa do mundo. Lembra disto? E para ela, você sempre será este amor incondicional que ela criou com todo carinho do mundo. Mamãe, agora vovó, ainda conversa contigo sobre os teus planos futuros, sobre os teus filhos pequenos enquanto faz carinho em tua pequena cabeça te cantando aquelas velhas canções de quando você era apenas um bebê dentro de sua barriga. E quando algumas coisas insistem em não darem certo, ela continuará fazendo carinhos em teus cabelos e dirá baixinho em teus ouvidos; Vai ficar tudo bem meu anjo, mamãe está aqui.

Sempre estará.








Apaixonado pela poesia feminina. Acredito fielmente que o amor seja o infinito que resolveu morar no detalhe das palavras. Muito prazer, eu me chamo Pedro Ficarelli, e escrevo com o único intuito de pôr palavras onde a tua dor se faz insuportável.