Será que a inteligência artificial está nos deixando menos inteligentes? Recentemente, o MIT realizou um estudo para analisar o impacto do uso do ChatGPT na cognição humana.
A conclusão, à primeira vista, pode parecer alarmante: usar IA para tarefas intelectuais pode reduzir o engajamento do cérebro. No entanto, a verdade é bem mais complexa do que parece.
Então, se você usa ferramentas de IA no seu dia a dia — para estudar, trabalhar ou criar — este artigo vai te mostrar por que elas não são vilãs, desde que sejam usadas da maneira certa.
Durante quatro meses, pesquisadores do MIT acompanharam 54 adultos que escreveram redações em diferentes condições:
Portanto, o resultado revelou que aqueles que utilizaram apenas a IA demonstraram menor engajamento cognitivo. Isso foi medido por meio da atividade cerebral e da análise linguística dos textos. Além disso, esses participantes tiveram mais dificuldade em lembrar o que escreveram e menor senso de autoria sobre seus textos.
Mas isso significa que o ChatGPT está deixando as pessoas “mais burras”? Nem tanto.
Os próprios autores admitem que o estudo ainda é preliminar e que a amostra foi pequena. Na última etapa, apenas 18 participantes completaram a experiência completa. Além disso, a diferença de engajamento pode ser explicada pelo nível de familiaridade com a tarefa — o chamado “efeito de prática”.
Ou seja, o grupo que usou o cérebro nas três primeiras sessões já estava mais adaptado à tarefa quando chegou à quarta. Já quem só usou IA nas três primeiras vezes teve que “reaprender” a pensar por conta própria de uma hora para outra.
A situação lembra muito o que aconteceu com as calculadoras eletrônicas na década de 1970. No começo, houve resistência. Muitos achavam que elas acabariam com o raciocínio lógico.
Porém, com o tempo, os educadores ajustaram os desafios. Ao invés de pedir contas simples, passaram a exigir resolução de problemas complexos, onde a calculadora era uma aliada — não uma muleta.
Com a inteligência artificial, o desafio é o mesmo: não basta proibir ou liberar, é preciso repensar o que estamos pedindo aos alunos e profissionais.
O uso contínuo da IA pode gerar a chamada “preguiça metacognitiva”. Em outras palavras: o cérebro deixa de fazer esforço, o que reduz a capacidade de aprender de verdade.
O problema não está na IA em si, mas em como ela é usada. Se a pessoa apenas copia e cola respostas geradas pela ferramenta, sem analisar, questionar ou complementar, o aprendizado se torna superficial.
Leia, critique, reorganize e complemente o que foi gerado.
A qualidade da resposta depende da clareza e profundidade da pergunta. Desenvolver prompts é um exercício mental poderoso.
Peça à IA que argumente dois lados de uma questão — e, depois, decida qual faz mais sentido e por quê.
Estudantes podem usar IA para gerar exemplos, criar resumos ou testar conhecimento, mas a análise e a interpretação devem ser suas.
Assim como a matemática não morreu com a chegada das calculadoras, o pensamento crítico também não vai desaparecer com o ChatGPT. Contudo, é preciso redefinir o que significa aprender, criar e avaliar.
O ensino precisa evoluir junto com a tecnologia: sair da repetição mecânica e abraçar tarefas mais criativas, reflexivas e estratégicas — onde a IA é uma aliada, e não um atalho.
Imagem de Capa: Canva
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