Pelo direito de sair as ruas sem ser assediada!

Esses dias sai para caminhar sozinha e, andando por uma rua isolada, ouvi um carro se aproximando, continuei tranquilamente, mas senti que a velocidade do carro diminuia conforme ele se aproximava de mim. Quando olhei para trás, percebi que, quem dirigia era um homem, então ele foi dirigindo de vagar ao meu lado e me olhando fixamente me perguntou se eu queria uma carona, eu balancei a cabeça acenando que não, e continuei andando mais rápido.

No caminho de volta para casa comecei a pensar: “Será que ele ofereceria uma carona para alguém que não pediu, se esse alguém fosse um homem, ou uma senhora com uma criança, ou mesmo para um casal?

Fiquei irritada, me sentindo insegura e, infelizmente, essa sensação de insegurança eu carrego desde a adolescencia.

Quando tinha apenas 12 anos, andava de bicicleta pelas ruas e, em um fatidico dia, subindo uma ladeira muito íngreme, desci para empurrar, cansada, não percebi a aproximação de um homem, de repente sinti uma sombra atrás de mim, lembro do rosto dele sorrindo até hoje, atolando a sua mão no meu “traseiro adolecente”.

Essa cena nunca saiu da minha cabeça. Eu sai correndo desesperada, acho que nunca mais consegui correr tão rápido, como corri naquele dia. Cheguei em casa chorando, assustada, com medo e lembro que ouvi da minha vó que os “homens são assim mesmo”, que eu precisava ficar mais atenta.

Acontece que os homens não são assim, os homens “tarados são sim”.

Só pessoas emocional e mentalmente desequilibradas são capazes de atos como esse, eu era apenas uma criança. Sorte que não aconteceu nada mais grave, mas infelizmente, muitas meninas sofrerm coisas muito piores do que “uma passada de mão”, porém, esse ato que sofri, não deve ser negligenciado como foi na época.

Mas isso, eu so fui entender mais tarde. Logicamente, parei de andar de bicicleta sozinha e, fui tolhida em minha liberdade de ir e vir por conta desse acontecimento.

Até que me deparei, há uns meses atrás, com uma notícia de uma moça que foi derrubada da bicicleta por um homem em um carro em movimento, só depois que foram olhar as câmeras de segurança da rua, puderam confirmar que esse “monstro” a derrumou na tentativa repugnante de passar a mão nela.

Fiquei chocada! Ele poderia ter matado essa moça, só porque sentiu a necessidade de abusar dela!

Como a nossa sociedade pode lidar com isso de uma forma tão natural? Eu fico indignada!

Pensando nisso há alguns dias, ontem me deparei com uma declaração de um menino no Instagram que me deixou um pouco mais confiante, porém, não tanto.

Mas resolvi compartilhar aqui para que possamos nos unir em nossa defesa.

Convoco os homens de bem a se unirem em nossa defesa, nossos corpos não são propriedade de macho nojento e tarado.

Nossa bunda não está disponível para qualquer doido passar a mão! Esses homens precisam ser devidamente punidos e não é isso que eu vejo acontecer.

No tal post, @robervan_wanderson escreveu: “Sempre que ando com minha namorada na rua, noto quantos homens olham para ela, e quando ela anda sozinha, alguém tem que dizer uma piada.

Isso realmente me incomoda e muitas vezes pensei em voltar e perguntar por que eles ficam olhando e por que não respeitam uma mulher.

Mas se isso me incomoda mesmo eu sendo homem, imagina pra ela? Imagine como uma mulher se sente quando sai na rua e é negligenciada (desrespeitada), insegura em todos os ambientes, se sente assediada. Deve ser muito difícil, né mesmo?

Eu geralmente me pergunto toda vez que a vejo passando por isso … Um homem nasce de uma mulher, ele é alimentado por uma mulher, ele é criado por uma mulher, ele se apaixona por uma mulher, é uma mulher que dá à luz à vida, então por que desrespeitar?”

Ele continua…

“A mulher é a esperança da vida, ela mantém o equilíbrio do mundo.

É tão difícil respeitar uma mulher? E daí se ela está de short curto? E se ela for linda? E daí se ela tem um corpo maravilhoso? Não há problema em elogiar uma mulher, mas você precisa estar ciente que mesmo por esse motivo você não precisa desrespeitar uma mulher, chamando por psiu, e entre outros apelidos, isso se chama “ASSÉDIO”, se todos os homens soubessem o quão é desconfortável para uma MULHER, eles nunca fariam isso”.

O texto é bonito porque foi escrito por um homem, mas não é totalmente verdadeiro. Os homens sabem que galantear, flertar e assediar são coisas diferentes, e gritar nomes “chulos”, quebrar o pescoço ou até seguir a mulher não é só desrespeitoso, muitas vezes soa doentio e nos passa a sensação de que temos que nos cobrir e nos proteger! Eles sabem sim!

E desconfortável não é a melhor palavra porque alguas mulheres, que comentaram esse texto, falaram que gostam de ser abordadas nas ruas, cada uma com a sua consciencia social, né, porque milhares de mulheres sofrem violência nas ruas por dia, mas essas mulheres que “gostam”, chegam aqui defendendo meliante. A palavra correta a ser usada nesses casos é: literalmente humilhante.

Muitas mulheres se sentem acuadas com esse tipo de abordagem, não se sente mais bonita ou leva isso como um elogio como muitos homens pensam, pelo contrário, elas se sentem invadidas, expostas e inseguras em uma sociedade machista que aceita esse tipo de abordagem como “normal”.

Os homens que fazem esse tipo de coisa sabem que esse comportamento é inadequado, mas fazem mesmo assim, eles não tão nem aí para como a mulher se sente, eles estão interessados em externalizar o instinto animal, que demonstra a sua ignorancia, mas sobretudo o seu transtorno sexual.

Homens que demonstram esse tipo de transtorno sexual precisam ser denunciados e presos, não foi só um “psiu, gostosa, vai lá em casa, é homem se masturbando pra mulher que passa ver, é homem seguindo na rua, saindo nos mesmos horários pra mostrar que sabe sua rotina… é intimidação e desvio de conduta moral. Nenhum homem sadio faz isso com mulheres na rua, só aqueles que possuem algum problema psicoemocional e, por isso, precisamos sim, ligar o alerta.

Se eu acredito em tratamento para isso? Acredito. Mas também acredito que as pessoas só se curam quando querem ser curadas, não existe tratamento compulsório capaz de ajudar alguém que não quer ser ajudado.

Antes que ele cometa um crime contra uma mulher, o melhor, ao meu ver, é retirar esse homem do convívio social. Ele precisa ser retirado para tratamento e ser supervisionado por toda a sua vida, mas infelizmente, quem se sente presa e tolhida em sua liberdade de ir e vir, somos nós, mulheres.

Será que é pedir muito? Queremos apenas andar livremente sem sermos importunadas a cada esquina.

Você já sofreu assédio na rua? Juntas a gente pode mudar o rumo dessa história, mas se a gente continuar em silêncio, nada vai mudar.

Não temos que temer esses homens porque é isso que eles sempre quiseram fazer conosco, o assédio nas ruas é uma das formas que eles usam de nos intimidar, de mostrar que eles estão nos observando. Devemos enfrentar e exigir justiça com todas as nossas forças!

Basta de assédio!

ESTAMOS JUNTAS?

*DA REDAÇÃO RH. Texto de Iara Fonseca, jornalista, escritora, editora de conteúdo dos portais Resiliência Humana, Seu Amigo Guru, Homem na Prática e Taróloga. Para agendar uma consulta de Tarô Espiritual com a Iara, mande um direct para @ESCRITORAIARAFONSECA

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Jornalista, escritora, editora chefe e criadora de conteúdo dos portais RESILIÊNCIA HUMANA, SEU AMIGO GURU e HOMEM NA PRÁTICA. Neurocoaching e Mestre em Tarot. Para contratação de criação de conteúdo, agendamento de consultas e atendimentos online entrem em contato por direct no Instagram @escritoraiarafonseca .