Tudo que for verdadeiramente meu permanecerá ou chegará até mim. O que eu procuro também procura por mim. O que eu tanto desejo chegará até mim.

Eu não queria bagunça, barulho ou festas glamourosas, queria tranquilidade e um banho de cachoeira para iniciar um novo ciclo em paz. Queria me despedir daquilo que ficaria para trás. Sempre acho que pedidos e despedidas precisam ser feitos com afeto e cuidado.

Grandes rupturas abalam estruturas que nós nem imaginamos. Minha avó sempre me diz: “Cuidado com aquilo que você corta. Você não sabe o que te sustenta”.

A paz fez presença. Mergulhei como poucas vezes fiz na vida. Eu precisava daquele abraço. Não tinha barulho de gente, não tinha ansiedade, não tinha medo, angústia ou sentimentos sendo remoídos.

Eu estava presente em cada gota d’água que tocou meu corpo – e alma. Eu sabia o que precisava ir embora. Eu sabia o que deveria ficar. Eu sabia que a anciã que vive dentro de mim estava presente, cuidando de todas as minhas estruturas.

Não chorei como previa, totalmente fora do roteiro, eu sorri. Entendi que tudo aquilo que estava comigo fez-se necessário para construir.

Ali eu tive certeza da construção das pontes e os destinos. Ali eu escrevi meu enredo.

Tudo que for verdadeiramente meu permanecerá ou chegará até mim. O que eu procuro também procura por mim. O que eu tanto desejo chegará até mim.

O que for embora terá ressignificado por aqui, muito provavelmente para voltar mais leve, como aprendizado.

A energia que deposito em determinada situação volta para mim, portanto que tenha boa intenção. Se é a verdade que eu quero, é a verdade que aparecerá.

Talvez eu tenha que deixar para trás pessoas importantes (que foram ou são), mas que de alguma maneira já não cabem mais.

Mais importante do que estabelecer o início de um novo ciclo é se despedir do que precisar ir para o novo vir.

Energias e pessoas novas não dividem espaço com o antigo – que pesa. Tempos como esse, que descobrimos a inconstância, precisamos fazer jus ao desapego que ela proporciona.

Nada é ruim, é só a estranheza de sair da própria zona de conforto.

O banho de cachoeira se torna diário quando passamos a refletir no chuveiro o que vale ou não levar para o travesseiro. O mergulho é diário; a inconstância, divina.








Apaixonada por amor, cachorros, textos e coisas inspiradoras. Adora fotografia, mar, sol, doce de padaria, verão e olhar o céu azul. Faz da vida poesia e textos. Muitos textos! Sonhos? Vive deles