Primeira:

Duvidar de tudo que não promove a vida.

• Duvide do conteúdo de todas as idéias e de todos os pensamentos que debilitam sua saúde psíquica. Duvide da sua incapacidade de superar seus conflitos, seus fracassos, sua insegurança, sua ansiedade. Duvide da sua incapacidade de ser feliz.

• A dúvida esvazia a ditadura das derrotas, das angústias, da depressão. Devemos assumir com honestidade nossas fragilidades, limitações e conflitos, mas não devemos nos deixar controlar por elas. Cuidado com a ditadura do medo, das idéias negativas, das doenças emocionais. Retire o medo do trono da sua mente e substitua-a pela esperança.

• Não duvide do valor da vida, da paz, do amor, do prazer de viver, enfim, de tudo que faz a vida florescer. Mas duvide de tudo que a compromete. Duvide do controle que a miséria, a ansiedade, o egoísmo, a intolerância e a irritabilidade exercem sobre você. Use a dúvida como ferramenta para fazer uma higiene no deli- cado palco da sua mente com o mesmo empenho com que você faz higiene bucal.

Segunda:

Criticar a passividade do eu.

• O “eu” representa a vontade consciente. Resgatar a liderança do eu é gerenciar a produção dos pensamentos. O “eu” precisa deixar de ser passivo, tímido e submisso diante dos pensamentos. Um dos maiores erros educacionais é transformar o homem numa pessoa fraca em seu próprio mundo.

• Critique diariamente os pensamentos negativos. Confronte-se com as idéias que o paralisam e o desanimam. Você não é obrigado a viver passivamente as idéias que são encenadas no palco de sua mente.

• Discorde frontalmente de todos os pensamentos e fantasias que o amedrontam, entristecem, deprimem. Cada pensamento que nos incomoda deve ser questionado com ousadia e determinação pelo “eu”. Tentar parar de pensar ou se distrair são técnicas usadas há milênio sem resultado. A única possibilidade que temos é de gerenciar os pensamento.

Terceira:

Determinar dar um choque de lucidez na emoção.

• A emoção é bela, mas ingênua. Não seja passivo diante das suas dores, determine o que você quer sentir. Não peça licença para ser feliz, determine ser feliz. Determine ser tranquilo, sereno, alegre. O campo de energia emocional precisa se submeter à autoridade do “eu”.

• A emoção aprecia uma ordem, mas domina pessoas passivas. Não é possível nem desejável controlar completamente a emoção. Ela dá sentido à vida porque é uma energia incontrolável. Mas não a deixe ser muito ingênua, dê-lhe um choque de lucidez. Outro erro educacional grave é que nunca nos ensinaram que nossa emoção não é obrigada a viver o conteúdo dos pensamentos negativos e das fantasias destrutivas. É preciso treinar a emoção para sermos seguros e lúcidos.

• Deixe a emoção solta para que você possa amar, ser tolerante e tranquilo, mas não a deixe solta para dirigir a sua razão. A maioria dos crimes, dos conflitos sociais, das ofensas nunca resolvidas e dos traumas sociais nunca apagados foi produzida porque a emoção governou a razão. Determine não submeter a sua emoção ao conteúdo dos pensamentos perturbadores. Jamais se esqueça de que há uma força dentro de você que está desativada ou mal usada.

• Faça a técnica do “D.C.D.” diversas vezes por dia durante um ano e durante toda a vida mais suavemente. Faça-a no silêncio da sua mente. Sem ninguém ouvir, cause uma revolução na sua emoção e nos seus pensamentos. Eu testemunhei pessoas emergindo de situações aparentemente irrecuperáveis para a psiquiatria e retornando à plenitude da vida por exercitar sistematicamente essas técnicas e aprender a resgatar a liderança do “eu”.

Algumas dessas pessoas serão citadas aqui, embora não sejam identificadas. Suas histórias reais ampliarão os horizontes de nossas vidas.

Treine gerenciar seus pensamentos e emoções e veja o que acontecerá ao longo dos meses. Talvez você se surpreenda com a força que está escondida atrás da sua fragilidade.

Texto retirado do livro: Treinando a emoção para ser feliz

Por:Algusto Cury