Quando interagimos com algumas pessoas temos que considerar, que elas têm opiniões sobre si mesmas e vivem as suas aflições. Assim como nós, cada um está lutando a sua batalha diária com os poucos recursos que têm, dos quais não sabemos nada. Então, precisamos respeitar os outros. “Todos os seres desejam ser felizes, pois querem evitar a dor e o sofrimento”, como nos ensina o monge budista Dalai Lama.

A filosofia platônica nos ensinava em 348 a 347 a.C., que devemos ser gentis, pois cada pessoa que encontramos está enfrentando uma batalha difícil. Mas não é simples seguir essa dica de Plantão, porque vivemos em um mundo de muito stress e competição, que bloqueia em nós a manifestação dos gestos mais singelos de gentileza e respeito.

Sabemos que nessa vida vamos interagir com pessoas educadas ou gentis, que nos ajudarão a evoluir como seres humanos. Entretanto, iremos também nos deparar com sujeitos amargos ou raivosos, que “não estão nem aí” com o respeito pelas agruras de outrem, sobretudo, dos desafortunados.

Além disso, muitas pessoas que vivem o sofrimento e as privações diárias passam, constantemente, despercebidas ou ignoradas por esse furor cotidiano. Porém, quem submete um ser humano a mais uma humilhação só por viver essa situação, é uma criatura com grave complexo de inferioridade ou é um fracassado moralmente.

O Antigo Testamento, escrito em 1500 a 450 a.C., que é considerado o livro dos judeus e dos cristãos, está repleto de narrativas que criticam as criaturas que desprezam a importância da generosidade com os pobres, órfãos, doentes e desamparados.

Jesus aprofundou essas preocupações e corrigiu as distorções no Novo Testamento, que foi escrito pelos evangelistas entre 45 a 90 d.C., mostrando que a prática do altruísmo deve ser humilde e desinteressada. Ele nos ensinou através de sua mensagem salvífica, que devemos ter sensibilidade diante da dor alheia e a prontidão em assistir os abandonados, como sendo um projeto do Reino de Deus, aqui na terra.

Os ensinamentos de Buda, criado por Sidarta Gautama, possivelmente entre 563 a 483 a.C., estão na mesma direção da sabedoria da filosofia grega e cristã, que nos orientam sempre agir com dignidade e compaixão. É um modo de entender, que o bem e a satisfação dos outros voltam para nós, como gratificação pessoal.

As pessoas sábias não apenas compreendem esses valores, mas os vivem em suas vidas, e agem de forma caridosa. E não precisam se preocupar em provar nada para ninguém. É como bem-disse o livro dos Provérbios: “As palavras gentis são favo de mel doce na garganta e saudável para o corpo.” “Quem despreza seu próximo demonstra falta de bom senso; o homem sábio guarda silêncio.”

Portanto, há esse princípio comum entre o Budismo e o Cristianismo: “Todos os seres desejam ser felizes, pois querem evitar a dor e o sofrimento”, como nos ensina o monge budista Dalai Lama. Contudo, a nossa sociedade ocidental, mesmo em 2018 d.C., ainda despreza esses ensinamentos, em troca do desejo de poder, riqueza e consumo.

Jackson César Buonocore é sociólogo e psicanalista








Sociólogo e Psicanalista