Tenho receio daquelas pessoas sem graça, que não sabem o que é ter o pensamento positivo.

Tenho receio com aquelas pessoas que só enxergam negatividades na vida.

Conheço gente que ao invés de tentar sair do fundo do poço, continua descendo os degraus, procurando a parte mais funda. Tem gente que não quer ser resgatada; tem quem prefere ficar lá em baixo, mergulhado nas águas passadas.

Tem muitos por aí achando que problemas são mochilas. Uma baita carga pesada!

Tem outros que pensam que as tristezas que sofreram tornaram-se bagagens indispensáveis; esqueceram-se de arranjar um espacinho pra acomodar a superação.

Longe de mim concordar com isso. Por isso, implico de vez em quando.

Pergunto-me qual a necessidade de cavar em volta da vida, para vê-la afundar, quando o normal seria erguer os degraus. Penso que não entenderam a engenharia da vida, que pede para ser erguida, para fora, para cima.

Tenho receio de quem não quer mudar. De quem vendou os olhos e reduziu o vocabulário.

Agora só enxerga o que quer e só fala do mal que sente. E assim vai gastando seu tempo, enredando-se nas próprias dificuldades.

Tem gente que gosta de andar com a luz apagada, soprando a luz dos outros.

Refiro-me a quem vive em uma estação só. Gosta de uma cor só, tem repertório limitado.

Tem gente que só sabe cantar uma melodia, só fala melancolias, só sabe vestir a alma de cinza, num constante inverno de emoções.

Pergunto-me qual a necessidade disso. Implico, às vezes, porque não entendo as justificativas.

Sinceramente, os motivos não justificam.

Tanta cor para se vestir os dias, tantas possibilidades de alegrias, tantas bênçãos recebidas!

Então, cadê os olhos abertos, para enxergar as doçuras dessa vida? Cadê os passos firmes, para sair da zona desconfortável que é a vida sem perspectivas?

Quero mais é fugir dessas pessoas redemoinhos, que adoram fazer girar o pessimismo em volta de si e lançar sobre os que estão por perto. Quero ficar longe desses ventos contrários.

Tenho receio de gente negativa porque, por mais que eu me esforce, não consigo entender.

Para que descer degraus se é para cima que a vida caminha?








Administradora por profissão, decidiu administrar a própria casa e o cuidado com suas duas filhas, frutos de um casamento feliz. Observadora do comportamento alheio, usa a escrita como forma de expressar as interpretações que faz do mundo à sua volta. Mantém acessa a esperança nas pessoas e em dias melhores, sempre!