Tempo é artigo de luxo! A impressão é que ele sempre nos falta.

Muitas coisas mudam ao longo dos anos. Opiniões, pensamentos, perspectivas… tudo. Mas geralmente não percebemos essa mudança em seu lado mais profundo. Afinal, convivemos todos os dias com nós mesmos, e assim, não tomamos o choque de nos reencontrar meses ou anos depois já modificados.

Apesar de, para muitos, o passar do tempo ser tido como cruel, ainda assim, certamente é um mal necessário.

Odiaria ser sempre o mesmo ao longo da minha vida. Se não houver mudança para nada além do que já sou, não haverá evolução.

É preciso encarar novos desafios, mas somente com o passar do tempo podemos ter a visão mais expandida do que nos espera. E justamente por isso, costumo dizer que o tempo é artigo de luxo.

Temos, constantemente, a sensação de que ele, de alguma forma, sempre nos falta. A rotina diária ilude nossa mente, condiciona-a a fazer coisas, automaticamente, roubando-nos a percepção do próprio tempo, de nós mesmos e do que nos cerca, e nos imobilizando assim.

Para os erros, perdão. Para os fracassos, uma nova chance. Para os impossíveis, o tempo. Ou a gente passa o tempo ou o tempo passa a gente.

Sempre me pergunto se vale a pena ficar revitando o passado, ruminar as esperanças adiadas e sonhos negados; regressar ao mesmo ponto, trilhar o mesmo caminho, fazer a mesma intriga… Até onde isso é valido?

Percebi que sempre que retorno ao mesmo ponto, encontro as mesmas pessoas, ou pessoas novas, mas com atitudes muito parecidas que despertam também, as mesmas sensações e sentimentos. Se desejamos viver o novo, experimentar sentimentos e sensações melhores, devemos escolher estar aqui e agora e não presos no passado.

É preciso crescer, é preciso caminhar, é preciso exercitar novas percepções.

Se o tempo é um artigo de luxo, como disse acima, então que façamos a melhor administração e usufruto dele. Mais vale viver o novo no presente e as possibilidades do futuro do que forçar reviver um passado, ou ainda pior, forçar um “revival” de um passado que talvez tenha sido muito doloroso.

Aprendi a apenas viver um dia após o outro e essa decisão me fez muito bem porque consigo aproveitar melhor o tempo quando estou vivendo o real, o que existe! Já senti que perdi muito tempo, agora só quero aproveitar o aqui e agora.

*DA REDAÇÃO RH. Foto de Jan Kopřiva na Unsplash.

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Hebert Neri é jornalista, escritor, correspondente internacional e produtor musical. Atualmente vive em Portugal onde comanda o programa de rádio Neri Talks. Autor de 6 livros, Neri também é compositor de mais de 150 trilhas sonoras para rádio, cinema e TV.