Dizem por aí que a felicidade é coisa difícil demais, que viver não está nada fácil, que o mundo parece que está chegando ao fim. Dizem que dinheiro não traz felicidade, que homem bom e mulher direita não se encontra em qualquer esquina e que é preciso estudar muito para ser alguém na vida.

Dizem que casamento tinha saído de moda, mas agora voltou e o legal é ficar casado a vida toda, algumas pessoas falam em equilíbrio, mas não conseguem manter seus pés na corda bamba e como gostam de dizer qualquer coisa, desconversam qualquer coisa sobre o tempo: será que chove hoje? Alguém diz que não e pronto, chegou no andar e um impulso do pensamento diz baixinho pra sua consciência: hoje não vamos falar sobre o tempo.

Se você prestar atenção, vai ouvir por aí, que o tempo tá voando e que todo mundo tá correndo pra algum lugar que ninguém sabe onde é, mas sabe-se que o tempo é consumido nessa correria e que no fim das contas, o lugar pra onde todo mundo vive correndo, é o mesmo pra todos. Dizem também que aquele sorriso meio amarelo que denota alegria na foto exposta em vitrines virtuais, está mentindo, assim como mente o amor que tem medo de partir e acaba ficando por não saber dizer a verdade.

Você pode ouvir por aí que tem gente demais tentando a vida dos sonhos e que gente sonhadora vive com a cabeça na lua, que não é real viver fazendo o que ama e sempre que alguém lhe oferecer o ombro pra um afago, é melhor você pensar bem se deve aceitar ou não, contato pessoal pode deixar resquícios de amor e isso pode gerar dor e sofrimento, porque dizem que amar é sinônimo de sofrer.

Algumas pessoas concordam que os amigos virtuais são mais interessantes e conversam com eles a distância de um clique enquanto deixam a mesa da cozinha vazia, ainda que rodeada de pessoas com mentes roubadas pelos cliques de curtidas que, dizem por aí, traz uma felicidade repentina carregada por algum hormônio.

Tem gente que não acredita em muita coisa e acaba duvidando de si, tem gente que acredita no noticiário e em tudo que tá escrito ou é falado lá, mas desconfia da sua própria intuição, acha que intuição é coisa de gente doida. Falta coerência e sobra ironia. Dizem que o filme é chato, que a comida é ruim, que o café tá muito forte, que bebida faz mal a saúde e que não há mais nada a ser feito quando a velhice chega.

Quando começamos a pensar, bem lá no fundo, a gente começa a entender que todo esse diz que diz não vale de nada, simplesmente porque não dá pra saber o que é de verdade, porque cada um carrega a sua, mas sempre tem alguém que acha que a sua verdade é bem mais verdadeira que a do outro.

E no meio disso tudo, tem gente que acaba esquecendo de viver o trajeto, não vive as flores, não sente o sol, não aprecia a chuva e nem agradece ao vento, não olha nem um segundo pra dentro de si, sua atenção está lá no topo da montanha com um diamante brilhando anunciando o futuro, e na verdade, a gente nem sabe se o futuro será o topo da montanha. E se a gente precisa de uma comparação como essa pra entender que a vida é muito mais a subida do que o topo, é porque ainda tem muita gente que precisa entender um bocado sobre a viagem. Mas esse assunto é pra outra história.








Carol Daimond, mineira de Divinópolis, bacharel em Direito e apaixonada pelas palavras entrelaçadas, mãe, mulher e terapeuta thetahealer, uma mistura de mulher que a cada dia se reinventa em busca da sua melhor entrega em partilha para o mundo. Sua jornada como escritora começou de brincadeira e tem se tornado cada dia mais a sua marca pessoal de verdade e essência.