Perto de me tornar uma sexagenária, constato como realmente preciso do tempo para aprender.

Aprender a me auto-conhecer, me dar valor, gostar da minha companhia, me amar, mas principalmente aprender a ser amiga de mim mesma.

Nasci ouvindo sobre a necessidade de se ter amigos, e amá-los.

Mas, pouco ouvi ao longo da vida, que devo ser minha melhor amiga.

Decidi ir a luta, e hoje reconheço que sou uma amigona de mim mesma.

Cada dia que passa esse laço de amizade sincera se estreita, e perto dos 60 anos, posso afirmar que sou minha amiga íntima.

Sou bem humorada comigo, dou risada de minhas limitações, que são muitas.

Acho muita graça também de muitos micos que pago, e conto sobre eles em rodas de amigos ou em família sem problemas, aliás com graça.

Adoro minha disposição para aprender, conhecer, sobre os mais diversos assuntos, gosto de estar quieta com um bom livro entre as mãos, assim como transito a vontade quando estou cercada de amigos, curto bater longos e bons papos, na companhia deles.

Faz tempo que percebi que a única pessoa de quem nunca tiro férias é de mim. E desde então invisto em me conhecer cada dia um pouco mais, e tento tirar proveito de meus predicados, e me livrar de meus defeitos, para que eu seja minha melhor companhia, já que de mim nunca me separo. Então, que eu me torne cada dia mais agradável e interessante de conviver.

Na média tenho sido uma boa companhia pra mim mesma, e dessa forma, penso que também sou pra quem convive comigo, de mais perto ou esporadicamente.
Há muito descobri que a felicidade que posso sentir depende muito mais do meu estado de espírito, do que do meio que vivo.

Comungo do pensamento de Allan Kardec: “A felicidade depende das qualidades próprias do indivíduo, e não do estado do meio em que se acha”.