Quantas dores são necessárias para se aprender a ter amor-próprio? Penso que muitas pessoas precisam passar pelo sofrimento para reconhecer seus valores e despertar para o amor! Existe também este caminho -nada fácil, mas que também leva à libertação.

E a vida é assim! No pacote dessa viagem terrestre carregamos porções de emoções para serem usadas na vivência e aprendizado e nas formas de lidar com todo o tipo de relação humana.

O sofrimento é aquele sentimento o qual ninguém quer passar, e mesmo sendo inevitável é preciso acolher este estado com amor.
É a partir dele que temos a possibilidade de trabalharmos nosso desenvolvimento pessoal e espiritual e de expandirmos nossas consciências.

Sofrimento acolhido e entendido desperta amorosidade, levanta questões e reflete entendimentos.

O que seria de nós sem os momentos de dor? Não saberíamos valorizar os de alegria e não teríamos o aprendizado necessário, providos pelos momentos de dissabor.

De fato a vida é feita de dois movimentos, o de expansão e recolhimento, assim como todo o universo.

Em momentos de expansão estamos com autoestima alta, fazemos planos e realizamos, conquistamos, estamos exalando alegria e contagiando as pessoas com nossas motivações.
Mas então acontece aquele alinhamento cósmico, aquela alteração química, aquela reviravolta natural que nos retrai, faz-nos recolher, sentir, chorar, doer, e nos leva para um lugar onde ninguém quer ficar. Justamente pela razão de não ser nada confortável.

Mas é importante acolher esta retração, abraçar com amor os momentos que não são de glória para que eles também possam trazer sabedoria e nos acrescentar como seres humanos. É no momento de retração que nos impulsionamos para a expansão!

É por meio deste momento que temos a oportunidade de despertar o amor próprio, a compaixão, de fazer brotar a responsabilidade pela felicidade que só nós mesmo podemos plantar. Felicidade é produzida internamente, nós auto fabricamos. Acolher momentos de sofrimento além de tornar menos doloroso, o processo nos torna mais maduros e responsáveis pelos nossos atos.

Mas o que acontece é que uma boa parcela da humanidade age como se fossem grandes bebês chorões em momentos de retração. Pensam que fragilidade é o fim do mundo, vulnerabilidade é inaceitável e que o outro é sempre mais feliz. Ledo engano! Ninguém nesse mundo é feliz o tempo todo, não existe essa condição.

Todos, sem exceção, passam por suas desilusões, batalhas, dores, decepções e momentos de sofrimento porque afinal esta é a vida e assim que ela é. Acostume-se, tire proveito até mesmo dos maus momentos. Aprenda com eles!
Inteligência emocional é saber lidar com as adversidades!

Porém, não se demore na retração! Sofrimento é inevitável e opcional. Você pode querer ficar nele ou mover-se para algo melhor para você. Ache alternativas e trabalhe para expandir-se novamente e dar ao mundo tudo aquilo que você aprendeu naquele seu retiro interno. A responsabilidade é toda sua!

Colabore com a humanidade compartilhando também suas dores, não apenas para se fortalecer mas para mostrar ao mundo que não estamos sós e que somos muito mais que seres que apenas acordam, comem, trabalham e dormem.

Somos orgânicos, vulneráveis, intensos e repletos de sentimentos e emoções. Essa é vida. Aceite o pacote completo!








É jornalista, atriz e tem a comunicação como aliada. Escritora por natureza, tem mania de preencher folhas brancas com textos contagiados por suas inspirações.