Já faz algum tempo que não sei mais o que fazer. São muitos desajustes, tormentos internos que borbulham aqui dentro.

No peito, um tremor que só assusta e atormenta. Na cabeça, inúmeras sensações fazem coro, peso e devastam tudo que passa pela frente, me deixando sem saída.

As preocupações batem incisivamente na porta, em busca de respostas. Reviro o baú de informações internos, não encontro nada que justifique esse caos interno.

Viver se torna a cada dia mais inquietante. Momentos de paz e tranquilidade são quase uma raridade. O medo me sufoca, os devaneios se acumulam, as dúvidas não me deixam dormir serena.

Sinto saudade, estranheza, necessidade de me ter de volta.

Sinto dor por estar presa nessa teia maligna.

Sinto desespero por estar em um labirinto escuro, sem ninguém para me pegar no colo e dizer fica calma, isso vai passar.

Isso não passa. Isso vai e volta.

Isso muda de cara, de nome, de força. Isso cresce e se transforma. Mas isso nunca me deixa.

Então eu reúno meus pedacinhos, que já estão cansados dessa luta diária e sem fim, e continuo a caminhada. Porque sei que isso vai passar, afinal, me ensinaram que tudo na vida passa.

(Espero que seja logo.)








Clarissa Corrêa é escritora e redatora publicitária. Gaúcha de Porto Alegre, tem 6 livros publicados, já foi colunista do caderno Donna (jornal Zero Hora) e da revista Tpm. Também já contribuiu com diversos sites femininos. Clarissa já participou do programa Encontro com Fátima Bernardes e seu livro “Para todos os amores errados” já esteve na lista dos mais vendidos diversas vezes. Observadora, além de escrever sobre as coisas de dentro, também trabalha com desenvolvimento pessoal.