Eu te enviava uma mensagem, você nunca tinha tempo pra falar. Dizia que a correria do teu dia não te deixou responder o meu ”bom dia”. Tudo bem, eu aceitava. Eu sentia saudades de você, cê dizia que estava morrendo de vontade de me ver, mas parecia sumir sempre que eu precisava de você. Tudo bem, eu aceitava.

Eu te ligava, queria falar sobre o meu dia, ouvir um pouco do seu. Eu te ligava pra ouvir a tua voz, achava que você queria ouvir a minha também, sei lá. Eu te ligava, queria contar sobre o metrô lotado, o trânsito das 18h, o ônibus que queimou o ponto e me fez chegar mais tarde no trabalho. Você era ausente. Você não estava a fim de ser presença, só eu não enxergava.

Me deparei com você puxando assunto com outras pessoas e dando margem a uma conversa que me desrespeitava, no fim, você me dizia que só estava querendo ser simpático com os outros, quando na verdade, você não estava muito preocupado em me respeitar. Quando eu te flagrei flertando outras pessoas e retribuindo uma paquera, você disse que só estava tentando fazer novos amigos. Você não estava a fim de ser sincero comigo, só eu não enxergava.

Percebi que, quando eu estava distante, você sempre arrumava um jeito de dar espaço para outras pessoas, trocava número, começava uma conversa no whatssap e mentia dizendo que era só mais um conhecido. Você não estava a fim de ser fiel a mim, só eu não enxergava.

Quando eu te questionava você me chamava de desequilibrada, dizia que eu estava louca pra tentar me convencer de que eu realmente não te merecia. Você não estava a fim de ser sincero comigo. Quando percebi o quando você mentia, pedia explicações e você sempre começava a conversa dizendo que me amava e terminava a discussão dizendo que eu viajava demais. Eu voltava pra casa achando que o erro era em mim. Você me pedia desculpas, mas não durava muito tempo pra fazer os mesmos erros novamente. Você não tinha intensão alguma de me levar a sério, só eu não enxergava.

E então, quando eu não aceitei mais o desrespeito, as mentiras e a infidelidade, você tentou fazer de tudo pra que eu pensasse que o erro estava em mim, que tudo isso era coisa da minha cabeça, que o problema era porque eu sempre fui ”descontrolada e ciumenta pra caralho”. Você tentou me dizer que toda essa merda que você fez era paranoia da minha cabeça, até que um dia, eu finalmente caí na real, e entendi que quando alguém está mesmo a fim, consequentemente, essa pessoa estará disposta a me fazer bem, a me respeitar em qualquer situação e principalmente, ser sincero comigo.








Sou recifense, 24 anos, apaixonado por cafés, seriados e filmes, mas amo cervejas e novelas se houver um bom motivo pra isso. Além de escrever em meu blog pessoal e por aqui, escrevo também no blog da Isabela Freitas, sou colunista do Superela e lancei o meu primeiro livro em Novembro de 2014 pela Editora Penalux. .