Tem coisa em que a gente precisa insistir. Ainda que seja por birra, orgulho, teimosia, é preciso não desistir.
Nem tudo merece a nossa persistência. Na verdade, quase nada. Mas aquilo que a gente sabe valer todo afinco, aquilo que mexe com a gente nas vísceras não se deixa para lá. A gente faz o que tem de fazer, leve o tempo que levar.

Sabe aquele tipo de coisa que ninguém realiza porque alguém não vai gostar? Esse. Decisões que ninguém toma porque pode levar muito tempo, posturas que ninguém adota porque vai chatear o fulano e o sicrano, mudanças que ninguém encara por saber do trabalho que vai dar, desejos que ninguém realiza por medo de perder um amigo aqui e outro ali.

Paradigmas que quase ninguém tem coragem de quebrar. É isso que devia nos expulsar da cama e nos pôr em alerta, realizadores, corajosos, decididos e repletos de amor.

Tem muito paradigma atravessado no caminho impedindo o movimento, bloqueando a vista, interrompendo o fluxo.

Só nos cabe tombá-los, demoli-los, implodi-Los. Tem hora em que destruir os paradigmas que nos fecham a frente é o único jeito de nos mantermos no rumo.

Dá trabalho. Exige um caminhão de destemor. É que só quebra um paradigma quem não tem medo de quebrar a cara, sabe? Uma vez, duas, três, um milhão.

Só vence um obstáculo quem põe a cara a tapa e não teme o risco do tombo.

Coragem. Caiu, levanta. Sejamos fortes, destemidos, corretos. Quebremos a cara quantas vezes precisarmos. A cara a gente remenda, costura, maquia, dá um jeito. Já os paradigmas quando quebram não têm conserto. Nunca mais. Quebrou, joga fora. E quebrá-los é missão nossa de cada dia.

Vale a pena. Compensa a cara quebrada. Paga todo o trabalho que dá.








http://www.revistaletra.com.br/ Jornalista de formação, publicitário de ofício, professor por desafio e escritor por amor à causa.