Se relacionar com pessoas inseguras é sempre ter que conviver com as suas desconfianças!

Borges costumava dizer que o pior pecado é não ser feliz. É por isso que devemos entender como são as relações afetivas com pessoas inseguras, aquelas cuja baixa autoestima leva ao ciúme obsessivo, em querer se tornar cativo de seus medos e desconfianças obsessivas.

Relacionamentos afetuosos com pessoas inseguras podem deixar um resíduo amargo e até doloroso. São aqueles perfis que vivem com dúvidas constantes, com uma baixa autoestima que os corrói.

Eles não acreditam no “eu te amo”, as palavras não valem para eles porque o que eles preferem e precisam são provas de amor e, acima de tudo, sacrifícios.

Quando o medo domina todo o nosso universo pessoal, tudo fica à deriva. Podemos não notar hoje, podemos não perceber amanhã, mas a insegurança molda os grandes atiradores emocionais.

Define pessoas que se entrincheiram atrás de suas sombras, suas dúvidas e desconfianças, olhando o mundo de fora.

Eles não se expõem, não correm riscos, mas, por sua vez, esperam que os outros de alguma forma se ajustem às suas perspectivas e necessidades vitais.

Por outro lado, sabemos que cada um de nós também tem certas inseguranças. É normal. Todos nós temos cantos para polir, pontas soltas para ajustar, peças para encaixar para ser um pouco mais solvente em nossas vidas diárias. No entanto, em questões emocionais, a insegurança pode ser extremamente perigosa.

Sentir, pensar e agir através do canal do medo, da falta de certeza e da baixa autoestima podem nos levar a criar vínculos realmente prejudiciais; também experimentar certos distúrbios psicológicos dependendo das características pessoais de cada um.

“Quem tem medo tem desgraça.”- Provérbio curdo-

Relações afetivas com pessoas inseguras: origem e características

O escritor israelense Jonathan Safran Foer disse em seu romance Tão forte, tão perto que “Tenho tanto medo de perder o que amo que me recuso a amar qualquer coisa”.

A princípio, a afirmação pode parecer compartilhada e correta. Sempre será melhor não amar do que sujeitar o outro ao constante império do medo e do medo da perda. Porém, o ideal e necessário não é vetar o sentimento, não é negar-nos o amor e trabalhar esse tecido rasgado e esgarçado pelo medo.

Agora, como são as relações afetivas com pessoas inseguras? Sempre existem diferenças interindividuais. Deixando-os de lado e assumindo o erro que daí decorre, podemos dizer que as seguintes características ocorrem com frequência.

Olhe para mim melhor do que eu me vejo

A pessoa insegura não busca seu parceiro para ser seu espelho. Ele precisa de algo mais, algo mais maquiavélico, complexo e exaustivo.

O ente querido tem a obrigação de ser aquele foco que engrandece e valoriza as virtudes da pessoa insegura. É o seu suporte emocional e você deve alimentá-lo diariamente com reforços positivos, imagens, palavras e gestos que possam validar o outro conforme sua necessidade.

Este exercício pode ocorrer nos primeiros meses, talvez até por alguns anos. No entanto, essa tarefa se torna estressante. Até porque quem se esforça para iluminar, engrandecer e iluminar as sombras do outro, no final, é ele próprio relegado à indiferença e ao esgotamento emocional.

O inseguro que se vitimiza e o inseguro que se torna um tirano

Nas relações afetivas com pessoas inseguras, duas realidades também podem ocorrer. A pessoa insegura geralmente usa duas táticas para controlar seu parceiro.

O primeiro é se vitimar. Deixe a outra pessoa entender que ela não está fazendo o suficiente, que está falhando. Eles vão nos fazer acreditar que somos egoístas, vão distorcer qualquer fato, palavra ou nuance para nos culpar por sua infelicidade, seu desconforto.

Por outro lado, quem sofre de um claro sentimento de inferioridade pode lançar mão de uma estratégia muito clássica: esforçar-se para alcançar a superioridade.

Este fenômeno foi estudado em sua época por Alfred Adler. Como nos explicou este conhecido psicólogo social, a pessoa sofre uma divisão clara entre o eu real (isto é, fraco) e o ideal (isto é, o superior).

Por isso, não hesitará em tentar alargar-se e, para isso, nada melhor do que tentar “menosprezar” o casal. Ao submetê-lo, desvalorizá-lo ou desprezar suas conquistas e virtudes, a pessoa insegura ganha poder e força.

A origem da insegurança emocional

Estudos como o realizado por Jeffry A Simpson, da University of Minesotta, nos Estados Unidos, mostram que a origem da insegurança afetiva está no estilo de apego com que fomos criados. Esta é, sem dúvida, uma teoria muito recorrente que nos fala sobre as consequências que isso pode ter para a nossa personalidade, uma paternidade baseada na rejeição, na negligência, naquelas necessidades básicas e emocionais não atendidas e negligenciadas.

Esse tipo de apego acaba contaminado pelo medo , daí que a insegurança apareça na idade adulta, aquela necessidade constante de sentir a validação que faltou na infância.

O que fazer quando a insegurança está presente em nosso relacionamento?

Relacionamentos afetivos com pessoas inseguras não são fáceis. Podemos estar passando por isso agora. É até possível que sejamos essa pessoa insegura, aflita pelo medo, pela dúvida constante e pela sensação permanente de que seremos abandonados.

Daniel J. Siegel, Ph.D. da Universidade de Harvard, aponta que um relacionamento é fazer uma salada de frutas, mas nunca um smoothie. Ou seja, nunca devemos abrir mão de nossas partes essenciais para nos “diluir” completamente na outra pessoa . Não o faremos, nem pediremos ao ente querido que o faça.

A baixa autoestima e a insegurança precisam ser abordadas.

Devemos lidar com ideias irracionais, desconfianças e essas lacunas que impedem nosso crescimento, nossa força psicológica e solvência emocional. Algo assim pode ser alcançado por meio de terapia psicológica.

No amor, você não precisa exigir sacrifícios, precisa trabalhar para cumprir compromissos . E para isso é preciso ter coragem, maturidade e determinação.

Vamos pensar um pouco, o amor é algo que sempre vale a pena e como disse Borges, o pior pecado de todos é deixar este mundo sem ter sido realmente feliz em algum momento.

Bora deixar a insegurança de lado e ser feliz?

*DA REDAÇÃO RH. Fonte de pesquisa: LMM. Foto de Sinitta Leunen no Unsplash

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