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Saia dessa “bolha” em que você vive! Você se sente melhor do que os outros, mas você não é!

Saia dessa “bolha” em que você vive! Você se sente melhor do que os outros, mas você não é! Ninguém é melhor que ninguém, somos todos iguais!

A bolha é um mundinho onde vivem certos indivíduos que têm uma preocupação exagerada só com o próprio prazer, imagem e ganhos pessoais. É dentro dessa bolha social que alguns acreditam que são mais importantes do que os outros.

Podemos comparar a bolha como uma redoma, que é um recipiente de vidro em forma de curva para resguardar objetos delicados da poeira e ar.

Por isso, que a expressão “meter-se em uma redoma” significa proteger-se excessivamente. No lado de dentro da redoma o espaço é limpo e puro, mas do lado de fora é sujo e poluído.

Os que vivem nas bolhas têm a certeza de que seu estilo de vida e círculo social é “asséptico”, onde exigem total atenção, mas desprezam o bem-estar dos outros. Eles se fecham no interior da redoma, para sentirem-se admirados pelos de fora.

Essas bolhas mostram o excessivo culto ao “eu”: meu clã, minha praia, etc.

Por exemplo: moradores de um bairro de João Pessoa querem proibir pessoas com deficiências de irem à praia, com alegação que essa gente tira a beleza do bairro.

E uma autoridade de Porto Alegre disse que é preciso tirar os moradores de rua para as pessoas passearem com seus pets, como morar na rua fosse um privilégio.

A criação de bolhas, mesmo que algumas não passem de estratégias mediáticas, estimulam comportamentos egoístas.

É neste contexto que se consomem cada vez mais tranquilizantes e antidepressivos, que propiciam alívio, mas contribuem para o padecimento das relações humanas.

No entanto, para modificar essa realidade é necessário perceber que existem outros mundos, além das bolhas. E a melhor maneira de superar o preconceito é conviver com o diferente, aprendendo como os demais pensam e estar aberto para mudar de ideias e atitudes.

Não devemos aplaudir as condutas que nutrem a egolatria.

Contudo, se fizermos isso, de acordo com o sociólogo Zygmunt Bauman, voltamos à tribo, ao seio materno, ao mundo cruel descrito por Hobbes, na qual o outro é uma ameaça, e a solidariedade parece uma espécie de armadilha traiçoeira ao ingênuo, ao incrédulo, ao tolo e ao frívolo.

Sabemos que nenhum ser humano é perfeito, mesmo incluso na sua redoma.

Porém, devemos nos respeitar uns aos outros, porque não vivemos sozinhos neste mundo, de 7,7 bilhões de habitantes e num Brasil, de 210,1 milhões de gente de todas as diferenças físicas, culturais, étnicas, credos e classes.

Assim, precisamos aceitar que o universo é complexo e infinito, e que temos a chance de preservar a boniteza do mundo.

Infelizmente, existem pessoas que são tão “pobres”, que a única coisa que tem é dinheiro, mas sentem um grande vazio existencial.

Portanto, podemos trabalhar juntos por um mundo melhor, todavia se estivermos fechados em bolhas sociais ficaremos isolados, que nos prejudicará como seres humanos.

E nos adverte Bauman:

“Estamos em uma situação de verdadeiro dilema: ou damos as mãos ou nos juntamos ao cortejo fúnebre do nosso próprio enterro em uma mesma e colossal vala comum”.

Jackson César Buonocore

Sociólogo e Psicanalista

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