Sou contra idas e vindas. O relacionamento se desgasta. As brigas viram rotina. Um deixa o outro de lado. Até que decidem terminar.

Tudo bem até aí. Se a relação se desgastou, colocar um ponto final é o melhor a fazer.

Relacionamento a dois é como uma flor, se não for cuidado diariamente, ele morre. O diálogo e o respeito são os pilares que o fundamentam. Um precisa entender o outro, considerar as diferenças e não tentar impor ao outro seu jeito de ser. Se virarem clones um do outro, fica bem complicada a relação.

E sem essa de “metades da laranja”. Por favor! São dois inteiros que decidem apostar numa caminhada juntos. Só que muita gente confunde as coisas. Perdem a particularidade no relacionamento, ficam dependentes, entregam a felicidade nas mãos do outro.

Então, vem o fim. Depois, reatam. Sempre falo que se café requentado fosse bom, quem bebe café – eu não bebo – não faria o café da tarde. Bastava pegar o da manhã, esquentar e pronto.

Se você teve idas e vindas e o relacionamento deu certo, eu o respeito. Eu que sou contra isso. Para mim, a cada ida e vinda, o respeito entre os dois diminui.

É como se, em cada ida, saíssem 20 quilos das costas da gente. E a cada vinda, a sensação é a de que tudo vai mudar. Em uns dias fica tudo bem. Mas tempo vai, tempo vem, acontece: uma ida e outra vinda. Assim, vai-se o respeito ladeira abaixo, na ilusão de que as coisas podem mudar.

As pessoas ficam amarradas às outras, insistindo no que já deu errado. Há também aquelas “viciadas em términos”. Acham que a “volta é melhor”.

Relacionamento sadio não abre porta para idas e vindas. Ambos fazem dar certo. Se alguma coisa não vai bem, há um diálogo mais longo e há o acordo de que, se terminarem, não há volta.

Senão fica aquela coisa infantil de terminar sempre. Qualquer briga dá em fim de tudo.

E daqui a pouco: mais uma ida e outra vinda. Se terminou, respeite isso. Viva a sua vida sem a pessoa. Deixe que ela faça o mesmo. Você não depende dela para viver. Namoros que vão e vêm perdem o brilho.

E ficam sempre aquelas pergunta no ar: “Com quem a pessoa esteve quando terminamos?” “Será que ainda fala com ela?”

Os primeiros dias são mais difíceis mesmo. Só que, da mesma forma que nos acostumamos com a pessoa, desacostumamos.

Prefira ir e vir a lugares e de lugares, não de vidas alheias.








É graduanda em Psicologia, tem 32 anos. Como o que faz o mundo dela girar, são as pessoas, trabalha com Recursos Humanos. É mineira, bem casada com um Gaúcho lindo. Mora em Porto Alegre desde 2012. Está sempre lendo e ama escrever. Se sente rica, por ter vários livros em uma estante que é o seu tesouro. Ama se engajar em causas sociais, crê que a única coisa que levamos desse mundo, é o que plantamos. E que as boas obras, são fundamentais.