Reatividade emocional: A pessoa vive sempre na defensiva

Por Valeria Sabater

Existem pessoas que ficam com raiva de tudo, elas são tão sensíveis que não sabemos realmente como lidar com elas. Ser emocionalmente reativo não só complica os relacionamentos, mas também é um fator relacionado aos transtornos depressivos.

A reatividade emocional define uma forma de responder a quase todas as situações de forma desequilibrada e até mesmo descontrolada. É uma característica que, muitas vezes, vemos naquelas pessoas que se incomodam com tudo, que interpretam as palavras como ameaças e que raramente conseguem controlar seus sentimentos.

Essa suscetibilidade quase constante leva-os a situações claramente exaustivas, tanto para eles como para o seu ambiente.

Deve-se destacar que esta dimensão psicológica é bastante comum em crianças e adolescentes. Quando uma regulação emocional adequada, bem como a autoconsciência e o controle da frustração ou do peso insondável do ego e do orgulho, ainda não foram estabelecidos, é comum levar a essas realidades comportamentais problemáticas.

Assim, e no caso de não atingirmos precocemente boa competência em todas essas dimensões, teremos adultos com comportamentos e atitudes claramente patológicos.

Além do mais, existem muitos estudos que nos mostram a relação estreita entre reatividade emocional, depressão e até comportamentos de dependência.

Vamos aprender mais sobre esse assunto.

Reatividade emocional: o que é e como se manifesta

A reatividade emocional é um construto que está diretamente ligado à desregulação emocional. São situações em que alguém responde ao seu ambiente de forma impulsiva, sem calibrar as emoções, sem racionalizar sentimentos, pensamentos ou comportamentos … Deve-se destacar que essa característica aparece com alta frequência em alguns transtornos de personalidade.

Essa falta de controle sobre o próprio comportamento e na qual também aparece uma resposta emocional intensa e descontrolada define, por exemplo, o complexo transtorno de personalidade borderline.

Porém, é importante ressaltar que em muitos casos essa reatividade é resultado de múltiplos fatores ambientais.

Ambientes desadaptativos ou famílias com zero habilidades educacionais, por exemplo, às vezes podem ser a origem dessas realidades psicológicas.

Vamos agora ver como ele se manifesta.

Pessoas que estão sempre na defensiva

Por um momento, vamos pensar sobre como deve ser viver com uma mente onde tudo é percebido como uma ameaça.

Imagine, por sua vez, o que deve ser sentir-se magoado por quase qualquer comentário, até porque o cérebro, nesses casos, tem uma tendência sutil de distorcer tudo.

Nessas circunstâncias, é muito comum ficar na defensiva, respondendo a qualquer circunstância de forma intensa e desproporcional.

O ego suscetível: esteja ciente do que eles vão dizer

A suscetibilidade é uma ferida que está sempre aberta e que faz quase tudo incomodar.

A reatividade emocional está por trás desses comportamentos de quem está esperando (e quase obcecado) para imaginar o que se diz sobre ele, o que os outros podem pensar sobre sua própria pessoa.

Estar sujeito a cada segundo ao que eles vão dizer de mim, ao que os outros vão pensar” sobre como eu sou ou o que faço”, leva-os a um sofrimento quase constante.

A insegurança que leva à rigidez psicológica

Além desse comportamento impulsivo, aquelas reações muitas vezes cheias de raiva, orgulho e frustração, esconde um ser frágil e inseguro.

Falta de autocontrole, sem controle emocional, baixa autoestima e um autoconceito mal definido. Eles criam aquela insegurança psicológica tão comum, mas perigosa ao mesmo tempo.

Pessoas inseguras frequentemente desenvolvem uma rigidez psicológica evidente.

Seus padrões mentais os prendem às mesmas ideias, ao mesmo foco inflexível. Este recurso atua como um mecanismo de defesa para proteger sua vulnerabilidade interna.

No entanto, essa rigidez psicológica os impede de ter empatia, compreender o outro, abrir-se a novas perspectivas.

Depressão e reatividade emocional

Nós apontamos isso no início. A reatividade emocional não controlada que constantemente acompanha a pessoa em sua interação diária geralmente leva a transtornos mentais.

Assim, estudos como os realizados na Arizona State University indicam que a reatividade emocional e a ruminação que surgem na adolescência estão associadas a sintomas depressivos.

Não podemos esquecer que a má gestão emocional prejudica a qualidade dos relacionamentos. Além disso, que por trás desse perfil existe também um vazio existencial, sentimentos de solidão e a ideia constante de que ninguém os entende. Tudo isso é um terreno fértil para os transtornos de humor.

Como a reatividade emocional e a desregulação são tratadas?

Existe algum tipo de terapia para pessoas que apresentam reatividade emocional?

Sim, existe, mas a maneira de abordar essa realidade psicológica e comportamental é fazer uso de várias abordagens.

É importante considerar que problemas de controle de impulsos, comportamentos e emoções levam à automutilação, distúrbios alimentares e até vícios.

É fundamental atender a cada caso e explorar possíveis comorbidades clínicas. Assim, e em média, as seguintes estratégias são úteis nessas situações:

Terapia de regulação emocional: visa capacitar a pessoa a identificar, compreender e gerenciar suas emoções de forma racional e flexível.

-Estratégias de controle de impulso.

-Tolerância à frustração.

-Gerenciamento de raiva e agressividade.

-Auto aceitação, fortalecimento da autoestima.

-Planejamento de metas, esclarecimento de valores e propósitos.

-Habilidades sociais.

-Habilidades para resolver problemas.

-Técnicas de comunicação emocional.

Para concluir, poucas áreas são mais decisivas para garantir o bem-estar mental do ser humano do que o correto ajuste e regulação das emoções.

Saber responder às situações sem reagir de forma excessiva ou problemática nos permite ter maior controle sobre nós mesmos. E algo assim nos permite ter sucesso em muitas áreas da vida.

*DA REDAÇÃO RH. Com informações LMM. *Foto de Sherise. no Unsplash

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