“Quem tem um PARA QUÊ viver, suporta qualquer COMO!”

“Quem tem um PARA QUÊ viver, suporta qualquer COMO!”

“Quem tem um PARA QUÊ viver, suporta qualquer COMO!” – Lições sobre a vida!

O título deste artigo é uma frase proferida pelo filósofo Friedrich Nietzsche (1844-1900), o mesmo e polêmico filósofo que escreveu em alemão: “Gott ist tot”, ou seja, “Deus está morto”.

Interessante: quem tem um para quê viver (um sentido para vida) – suporta (tem motivos profundos) qualquer como viver (qualquer adversidade, problema ou sofrimento que se apresente diante da vida).

O maior estudioso do sentido da vida foi o Prof. Dr. Dr. Viktor Emil Frankl, médico neurologista e psiquiatra, fundador da Logoterapia e Análise Existencial, conhecida com a terceira escola de psicoterapia de Viena (Áustria).

Frankl realizou seus primeiros estudos na mesma escola onde, muitos anos antes, estudou Sigmund Freud. Numa de suas lembranças de sua infância o pequeno Viktor despertou uma noite aterrorizado e se ergueu na sua cama. O conteúdo de sua experiência foi o Ter consciência de que ele, como todos os outros seres humanos, morreria um dia.

Viktor sempre teve uma percepção profunda da realidade humana e um interesse especial pelas ciências. Assim, um dia, o professor do curso de História Natural afirmou que “a vida humana nada mais era do que um processo de combustão e de oxidação”. Esta afirmação levou Viktor a ficar de pé e formular a seguinte pergunta ao seu professor: “Se é assim, qual é o sentido da vida humana?”.

Ele não obteve resposta de seu professor…. Frankl pertencia à classe de judeus mais odiados por Hitler. Porém, apesar do perigo iminente de ser preso, e de ter um visto para imigrar para os Estados Unidos, decidiu ficar na companhia de seus pais. Casou em 1942, e no mesmo ano foi enviado com a família para um campo de concentração, onde seus pais e a sua mulher morreram.

Sua irmã Stella havia emigrado em tempo para a Austrália. Frankl passou por quatro campos de concentração entre 1942 e 1945, inclusive os de pior fama como o de Therezin (1942-1944) e o de Auschwitz (1944).

Quando chegou a Auschwitz, – onde morreriam sua mãe e seu irmão -, teve os manuscritos de seu livro destruídos. Durante os anos de cativeiro Frankl teve a sustentá-lo seu grande interesse pelo comportamento humano e concluiu depois que esse interesse o havia salvo e que aqueles companheiros de prisão que tinham uma esperança e davam um significado a suas vidas predominavam entre os sobreviventes da selvageria e da fome a que todos haviam sido submetidos.

Sobreviveu não apenas aos maus tratos e a fome, mas ainda a um ataque de febre tifoide, no último campo em que esteve internado. A vida de Frankl aparece como um “modelo” de encontro com o “Sentido da Vida”. Nasce então a Logoterapia, ou seja, uma terapia centrada na descoberta do sentido ou do significado da vida.

Para Frankl, a motivação básica do comportamento da pessoa é uma busca pelo sentido para sua vida e que a finalidade da terapia psicológica deve ser ajudá-lo a encontrar esse significado particular. A liberdade de o homem escolher seu próprio destino e o caminho a seguir, em qualquer circunstância deve ser respeitada.

Para Frankl, a principal preocupação do homem é estabelecer e perseguir um objetivo, e é esta busca que é capaz de dar sentido à sua vida, fazendo para ele valer a pena viver, e não a satisfação de seus instintos e o alívio de tensões como sustenta a psicanálise ortodoxa.

Não se trata, portanto, de um sentido para a vida em termos gerais, mas um sentido pessoal para a vida de cada indivíduo, que este escolhe, mas também pode criar.

Frankl demonstrou que o indivíduo pode encontrar um sentido para sua vida por três vias:

(1) criando um trabalho ou realizando um feito notável, ou ao sentir-se responsável por terminar um trabalho que depende fundamentalmente de seus conhecimentos ou de sua ação;

(2) experimentando um valor, algo novo, ou estabelecendo um novo relacionamento pessoal. Este é também o caso de uma pessoa que está consciente da responsabilidade que tem em relação a alguém que a ama e espera por ela;

(3) pelo sofrimento, adotando uma atitude em relação a um sofrimento inevitável, se tem consciência de que a vida ainda espera muito de sua contribuição para com os demais.

Nestes três casos, aparecem: Os Valores Vivenciais (Há algo de belo, que nesta hora seja “único”?); Os Valores Criativos (Posso fazer ou originar algo que tenha valor? Ações, obras, etc.;?) e os Valores Atitudinais (Quando se trata de enfrentar situações irremediáveis…).

A Logoterapia de Frankl destaca elementos interessantes. A consciência é o “órgão de sentido”. E através dela é possível enfrentar a “tríade trágica”: do sofrimento, da culpa e da morte, que nenhum ser humano pode escapar. A Logoterapia propõe um sim à vida apesar de tudo… Por isso, o Sofrimento deve ser combatido para ser superado.

Onde nosso grito de protestos diante da vida for: “por que comigo?” Logo se convertam num “e por que não comigo?”. A vida não é um vale de lágrimas e nem um lugar para se viver eternamente. A vida é uma oportunidade para se cumprir uma tarefa. Esta tarefa é pessoal.

Encontrar o sentido da vida é aprender a viver de outra maneira. Mesmo que as perdas sejam inevitáveis, podemos assumir uma atitude nova diante da vida. Quanto mais difíceis as circunstâncias da vida, mas profundamente está o sentido escondido nelas. O sentido não é produto do raciocínio, mas da totalidade do ser. A postura-chave para a busca de sentido: é a de deixar que nos sejam feitas perguntas.

Pois a existência significa ser-perguntado e vida significa dar resposta, responder às perguntas de cada momento. Diz Frankl:

“É a própria vida que faz perguntas ao homem”!

Numa de suas conferências na PUCRS, em Porto Alegre, RS em 1984, Frankl disse:

“O sentido da vida não pode ser inventado, tem de ser descoberto.

A verdade é que o ser humano não vive apenas de bem-estar. Sou psiquiatra para servir ao que há de humano no enfermo e ao que há de espiritual no ser humano. Todo ser humano tem a liberdade de mudar a qualquer instante.

O ser humano é capaz de mudar o mundo para melhor, se possível, e de mudar a si mesmo para melhor, se necessário.

Quanto mais a pessoa se esquece de si mesma – dedicando-se a servir uma causa ou a amar outra pessoa – mais humana será e mais se realizará. O sofrimento, de certo modo, deixa de ser sofrimento no instante em que encontramos nele um sentido”.

Renascer sempre é a postura e o enfoque da Logoterapia. Renascer é uma escola para vida, é um referencial. A partir de 1961, Frankl assumiu cadeiras como professor convidado sucessivamente nas universidades Harvard, Stanford, Dallas (1966), San Diego (1970) e Pittsburgh (1972). Recebeu mais de vintes doutorados honorários em diversos países do mundo.

Faleceu de parada cardíaca em setembro de 1997, em Viena, aos 92 anos. Sentido da vida – direção que o homem pode dar à sua vida mediante a descoberta do significado que ela possui a possibilidade de ser livre e responsável. Viktor Emil Frankl afirmou: “Encontrei o significado da minha vida, ajudando os outros a encontrarem o sentido de suas vidas”. Amigo Leitor (a) desejo que estes “toques do sentido da vida” tenham lhe acariciado em plenitude de vida.

“Viver é melhor que sonhar” Belchior.

Por: CARLOS HUMBERTO MENDES GOTHCHALK
Terapeuta Holístico (SINTE/2003). Mestre em Teologia (Área: Aconselhamento, EST-2010). Especialista em Aconselhamento de Pessoas em Sofrimento Psíquico (EST-2004). Bachel e Licenciado em Teologia (PUCRS-2002). Escritor. Autor do Livro: Aprendendo a lidar com fenômenos incomuns (Ed.Sinodal) Além de clínica particular, atua como professor convidado, ministrante de cursos e palestras motivacionais.

*Via Portal Educação