Quem tem empatia constrói pontes, quem não tem, constrói muros!

O que é felicidade para você? Esta pergunta tão simples pode ser capaz de fazer a diferença na vida de uma pessoa que não está bem.

É impressionante como uma única pergunta pode ter o poder de levar alguém a parar por alguns instantes, respirar fundo e refletir. Não significa que a pessoa não seja feliz.

Assim como existem as diversas estações do ano (outono, primavera, verão e inverno), cada uma com sua peculiaridade e importância.

E da mesma forma que existe a mudança repentina de tempo, do muito sol para a chuva efêmera de verão. Algo semelhante acontece conosco. Nós também podemos modificar ou mudar.

Podemos passar da serenidade para a agitação. Podemos passar da alegria para a tristeza e vice-versa. Tudo dependerá das circunstâncias ou do estado de espírito.

Podemos passar de uma fase de abundância para a de escassez e vice-versa. Podemos nos transformar e acompanhar as diversas etapas de nossa vida.

É normal.

É a vida!

Podemos compará-la ao processo de transformação da lagarta em borboleta.
Nascemos e crescemos.

Etapa de bebê, de criança, de adolescentes, de meia idade e “melhor idade”.

Todas elas com suas vantagens e desvantagens.

Todos nós passaremos pelas mesmas etapas. Isto não significa que saberemos entender o que de fato acontece com cada uma delas.

Podemos até imaginar como é cada uma, mas só seremos capazes de entender a fundo, quando estivermos na referida fase.

Vivenciar é tudo.

Nada se compara ao sentir na pele todos os pós e contra a não ser experimentando.

É por isso que podemos afirmar que os idosos têm uma sabedoria de vida ímpar. Eles estão à frente. Passaram por todas as anteriores e sabem como ninguém como é cada uma.

E como sabem…

Sabem direitinho e algumas vezes ao fazerem uma viagem no túnel do tempo, com toda a experiência até então adquirida, podem dizer coisas do tipo: “se fosse hoje faria diferente ou melhor”, “foi difícil, porém foi a melhor fase da vida”, “tudo foi necessário para que eu me tornasse o que sou hoje”, “valeu a pena”, “era feliz e não sabia”, “passou rápido e nem vi passar”, “deveria ter aproveitado mais”…

Apesar da referência à idade avançada como “melhor idade”, eles também sabem como ninguém, que nem tudo são rosas.

Eles têm a consciência de que ainda tem muito a aprender, pois sabem que “aprendemos, aprendemos e morremos sem saber”.

Há mistérios na vida que não nos é dado o poder da revelação. O que podemos fazer é aceitar os desígnios da vida com serenidade para torna-la mais leve.

A vida é peculiar! É bem diferente para todos.

Tudo depende do ponto de vista construído através do caminho trilhado.

Trajetória de vida, que ninguém é capaz de dizer ou julgar nada.

Ninguém é capaz de acompanhar todos os passos dados pelo outro.

Ninguém é capaz de sentir as dores sentidas pelo outro.

Cada um sabe de si e mais ninguém.

É em vão achar algo, ou até mesmo isso ou aquilo.

A história é do outro e ponto.

Aquele velho “se eu fosse você”.

A vida passa tão rápido e para quê perder tempo, preocupando-se com o outro ou com a vida do outro.

É improdutivo!

O que importa mesmo é preocuparmos com nós mesmos e com nossas próprias vidas.

O vestir a capa de super-herói é nada mais e nada menos que assumir uma responsabilidade de deixar de viver a própria vida para viver a vida que não lhe pertence.

Cada um é livre para escrever sua própria história e livre para fazer suas escolhas.

É o livre arbítrio dado por Deus e ninguém tem o direito de tirar.

Boas escolhas ou não é problema do outro.

Não é à toa, também, que existe o velho ditado: “Se conselho fosse bom, ninguém dava, vendia”.

A dor do outro é do outro.

A falha do outro é do outro.

O erro do outro é do outro.

A imperfeição do outro é do outro.

O fato de ver algo “ruim” no outro é temoroso, pois pode ser que não seja “ruim” ou tão “ruim” assim como se acha.

Ficar apontando algo “ruim” de tudo e de todos é desnecessário quando não levará a lugar algum, a não ser ao desgaste infundado.

O que deve ser feito quando se vê algo no outro que incomoda tanto?

Segundo a Bíblia em Mt 7,1-5: “Por que observas o cisco no olho do teu irmão e não reparas na trave que está no teu próprio olho? ”.

Somos imperfeitos e é por isso que tendemos a enxergar embaçado aquilo de ruim que está em nós, as vistas acabam embaçando.

Muitas vezes é necessária uma distância a mais para enxergarmos com certa nitidez e é esta a razão de conseguirmos ver melhor os defeitos dos outros e não os nossos.

Mas será que somos realmente capazes de ver nitidamente o que está no outro, se nem fazemos parte de toda a trajetória de vida do outro?

Uma análise justa é bem complexa.

Se cada um não se conhece a si próprio, imaginar conhecer o outro a fundo é perda de tempo.

Todos nós estamos no mesmo barco.

O autoconhecimento leva tempo e disposição da própria pessoa. Existem ferramentas próprias utilizadas por profissionais que ajudam. Este é o caminho das pedras.

Outra solução eficaz e muito importante é treinar a empatia.

Se colocar no lugar do outro.

Sentir o que o outro está sentido, porém sem pegar o problema do outro para si.

Procurar ser solidário, tendo compaixão, oferecendo ajuda, que realmente possa ser a solução.

Empatia vai além do mostrar ou apontar.

Empatia se resume no estar no mesmo barco, remando sincronizado e em sintonia para se chegar ao destino almejado com vida, ao vencerem juntos todos os improvisos e temporais.

Enfim, como cada um pode ajudar o próximo sem atrapalhar?

São várias: cada um vivendo a sua vida, cada um sendo responsável por sua própria vida, cada um oferecendo e dando apoio efetivamente, cada um incentivando com palavras positivas, cada um levando o outro ao caminho da reflexão e da cura.

Independentemente da maneira escolhida para exercitar a solidariedade ao próximo, o que se deve observar sempre é a forma comedida e o trato respeitoso.

Empatia vai além do saber falar, não bastando apenas argumentar; não bastando o falar com jeito; sendo necessário saber ouvir, aproveitando o que é que é bom e descartando o que é ruim ou que nada acrescenta.

Empatia não tem nada a ver com sobreposição e nem com submissão.

Empatia tem a ver com construção e para isso é necessário a união.

União é o essencial na busca do denominador comum (construído juntos sem sobreposições) necessário para a saúde de qualquer tipo de relacionamento interpessoal.

Em qualquer tipo de união o que não pode faltar é o interesse (objetivo) em comum.

Um casamento só dará certo enquanto houver o amor;

Uma empresa só dará certo se todos tiverem aliados à missão da empresa.

Uma amizade só dará certo se vencer o tempo e neste caso será verdadeira, pois ficará provado que o bem querer foi maior a qualquer tipo de fracasso.

Isso é tudo no universo do nada sei.

Quem tem empatia constrói pontes, quem não tem, constrói muros!

Pense nisso!

*Foto de Toa Heftiba no Unsplash

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Idelma da Costa, Bacharel em Direito, Pós Graduada em Direito Processual, Gerente Judicial (TJMG), escritora dos livros Apagão, o passo para a superação e O mundo não gira, capota. Tem sido classificada em concursos literários a nível nacional e internacional com suas poesias e contos. Participou como autora convidada do FliAraxá 2018 e 2019 e da Flid 2018.