Quem gosta de intimidar conhece os ganhos de instigar o medo no outro!

Por Sergio De Dios Gonzalez

O desejo de intimidar é a confissão de uma fraqueza. O medo serve para manipular o outro e condicionar o seu comportamento, porque nem com a razão, nem pelos afetos, nem pela persuasão seria possível que ele agisse de tal maneira, se não fosse pelo medo.

O desejo de intimidar: os ganhos de instigar o medo

O medo é uma força muito poderosa porque nos leva a agir, limitando ou deixando o raciocínio em segundo plano. Por isso, instigar o medo é, em diferentes ambientes, um mecanismo de dominação.

O objetivo é apropriar-se da vontade de outra pessoa e condicionar suas ações.

O desejo de intimidar também é o desejo de dominar.

Tanto nas relações privadas quanto nas relações sociais, instilar medo e atingir a meta é algo que traz benefícios para quem o faz. Eles são, naturalmente, benefícios individuais e são dados em termos de poder.

Alguém assustado é muito mais manipulável, influenciado, enfim, vulnerável.

O desejo de intimidar não é apenas típico de tiranos ou psicopatas. Ele aparece nos pais com seus filhos, nos professores com seus alunos ou nos chefes com seus funcionários.

É claro que também é um mecanismo utilizado por Estados e grandes potências. Representa uma falha de persuasão e é conseguido graças a formas ou instrumentos como os que explicaremos a seguir.

“Bravo não é aquele que não sente medo -isto é o destemido, o insensível-, mas aquele que o ignora, aquele que é capaz de montar no tigre.” -José Antonio Marina-

A ameaça e o desejo de intimidar

Se houver desejo de intimidar, a técnica mais utilizada é a ameaça. É fazer alguém entender, com palavras ou ações, a que perigo está exposto se fizer ou parar de fazer algo. É um aviso de dano que pode ser projetado com vários graus de sutileza.

A pessoa que bate em uma mesa quando está com raiva sugere que está disposta a bater se for provocada.

O professor que ridiculariza uma criança publicamente adverte os outros sobre os efeitos de certos comportamentos.

O policial que agride um manifestante na rua que não resiste quer mostrar a agressividade do seu poder.

Suspender recompensa

Outra forma de manipulação é a suspensão da recompensa. Acontece quando alguém já está intimidado, com base em alguma agressão ou abuso e o dano cessa. A pessoa passa a experimentar essa trégua como uma recompensa e muitas vezes faz de tudo para não perdê-la.

“Você quer que sejamos como éramos antes?”

Nesse caso, opera um mecanismo semelhante ao da síndrome de Estocolmo; a pessoa sequestrada acaba sendo grata ao seu sequestrador por não tê-lo matado.

A criança também teme que seus pais retirem suas afeições; o funcionário que seja despedido.

É sempre uma ameaça, mas neste caso visa incutir o medo de perder algo e de não ser objeto de nenhuma ação.

Assédio sistemático

Seja na escola, no trabalho e mesmo na família, o mobbing também é uma forma de instigar o medo, que responde ao desejo de intimidar.

Nesse caso, o que se faz é exercer pressão emocional sobre uma pessoa. O objetivo é destruí-lo moralmente e consolidar o poder sobre alguém.

É um mecanismo implementado por pessoas que apresentam grandes frustrações ou traços sociopatas.

O benefício que proporciona é o duvidoso prazer de ter outro nas mãos e de molestá-lo, com total impunidade.

Às vezes, ele também é perseguido por vingança, quando há inveja em segundo plano.

Bloqueie as saídas

O confinamento pode ser uma ação física, simbólica ou psicológica. Todas as pessoas, e mesmo os animais, temem profundamente as situações de confinamento.

No caso dos humanos, também existem modalidades de fechamento mental.

Isso desencadeia um desejo desesperado de escapar e muitos estão dispostos a fazer o que for preciso para desbloquear suas saídas.

Esse tipo de angústia é vivida por sequestrados, presos e também por muitos que são impedidos de sair de casa ou de um determinado local.

Da mesma forma, é vivido por quem vive situações em que se encontra numa encruzilhada, que outro deliberadamente impõe.

Essa encruzilhada pode ser, por exemplo, chantagem econômica. O pai diz ao filho, ou o filho ao pai, ou qualquer pessoa à sua companheira, para sair de casa agora. No entanto, a pessoa não tem meios para o fazer. Portanto, o que se segue é manipular essa fraqueza em seu próprio benefício.

Todas as opções acima são maneiras de incutir medo que nascem do desejo de intimidar.

São situações em que a essência está na intenção de exercer o poder.

Instigar o medo é um dos instrumentos mais eficazes para conseguir o que se quer e, em troca, só a coragem pode fazer parar essas táticas.

*DA REDAÇÃO RH. Com informações LMM. *Foto de engin akyurt no Unsplash

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