Gisela Vallin

Tenho percebido, nas minhas pesquisas comportamentais, que as pessoas mais luminosas que conheci foram pessoas que passaram boa parte da vida sendo “vítimas” de algum tipo de depreciação.
Tenho uma mestra de altíssimo grau de luz ( ela já é iluminada) que relata a convivência terrível com os pais na infância. Ela era constantemente desqualificada, chantageada e muitas vezes sofria agressões físicas.

Tenho um amigo que também passou a infância toda e adolescência sendo “vítima” das atitudes narcisistas do pai. O pai bebia e dirigia bêbado, obrigando-o a entrar no carro. O pai o difamou para a família toda, inventando mentiras sobre ele e evidenciando também uma agressividade-passiva, dentre milhares de outras atitudes despóticas, cruéis e manipuladoras.
Hoje essa pessoa é uma das mais luminosas que conheço. É uma pessoa com altíssimo grau de luz e uma imensa capacidade de compaixão. No fundo, ele estava sendo o mestre do próprio pai e o pai o mestre dele, de alguma forma. Como fala o Arly Cravo: “Somos todos mestres e discípulos uns dos outros”. Ele também fala: “Agradeço aos meus repressores. Eles possibilitaram a expansão da minha luz.”

Enfim, são milhares de histórias de pessoas que foram desqualificadas, sofreram bullying na escola, foram “vítimas” de piadas irônicas, de desqualificações mas que conseguiram usar tudo isso a seu favor.

Sabe aquela frase clichê de se fazer do limão uma limonada?

Essas pessoas poderiam ter cometido suicídio, poderiam ter surtado, desenvolvido inúmeras fobias e afins. Muitas até desenvolveram fobias, mas superaram. Elas poderiam passar a vida culpabilizando seus opressores. Entretanto, essas pessoas conseguiram usar essas situações como oportunidades de expansão da consciência.

Isso justifica a atitude das pessoas injustas? Claro que não. Elas tem que pagar o preço de acordo com as leis dos homens. Mas, de acordo com as leis universais, o que aprendo com os mentores é que estamos nessa dimensão para expandir a consciência. Por isso, muitas vezes, essas experiências são contrastes necessários que precisamos ter para desenvolver a amorosidade.
Isso não significa que precisamos sofrer para aprender, mas que alguns contrastes de comportamento muitas vezes nos ajudam a muscular a consciência.

Por isso, minha sugestão amorosa de hoje é: saibamos meditar, olhar para dentro, acessar a nossa luz. Tenhamos a consciência de que todos os nossos opressores viam essa luz e a temiam e que, por isso, nos agrediam como forma de defesa, seja de forma consciente ou inconsciente. Claro, eles pagarão o preço das suas escolhas, pois tudo o que emitimos energeticamente volta para nós, é o tal efeito “bumerangue”. Mas, ao invés de ficarmos a vida toda nos queixando deles, que saibamos usar essa energia de raiva a nossa favor. Como fala o Osho: “A raiva é o amor que está doente”
Que saibamos transformar essa raiva em amor. Essa é a nossa verdadeira essência.

Com amor, leveza e alegria,

Gisela Vallin