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Quando o amor é de verdade, ninguém precisa saber, a não ser, quem ama.

Ninguém sabia o quanto eles eram cúmplices, parceiros, fiéis um ao outro, respeitando-se com afeição mútua e sincera. Porque quando o amor é de verdade, só precisa saber que é amor, quem ama.

Conheciam-se como ninguém e sabiam exatamente do que o outro precisava, pois se doavam com inteireza, enxergando-se com os olhos do parceiro. Ninguém podia imaginar, mas eles tinham certeza.

Só os dois sabiam o quanto haviam batalhado um pelo outro, na esperança de que ficassem juntos, apesar de tudo, a despeito de todos.

Desde o início, dispuseram-se a se despir de quaisquer amarras, tornando-se livres e libertos de entraves carregados de orgulho e de incompreensão.

Despiam-se, além das roupas, fundo na alma.

Ninguém podia imaginar, mas eles tinham certeza.

Ninguém sabia da capacidade de entrega a que se dispunham, o quanto lutavam para entender, compreender e aceitar o outro, naquilo que ele tinha de bom e de ruim, pois visavam ao encontro do fim de noite, em que a escuridão abafa as falhas e eleva o contato, a aproximação, a fusão mágica das almas em comunhão.

Ninguém podia imaginar, mas eles tinham certeza.

Ninguém sabia que choravam, decepcionavam-se, amargavam a dor da quebra de expectativas, do afogamento das promessas, do silêncio que dilacera.

Desciam juntos ao fundo do poço, para então recobrar os sentidos e reforçarem a intensidade da imensidão a que se alargava sua paixão, como que se necessário sorverem as delícias da bonança que ressuscitava o amor em meio à tempestade que se ia.


Ninguém podia imaginar, mas eles tinham certeza.

Ninguém sabia que eles também tinham medo de se perderem um do outro, de que a dureza fria da rotina diária imprimisse o afastamento entre suas vidas.

Mas lutavam, eram verdadeiros guerreiros, quando se tratava de resguardar a pureza do amor transbordante de que se alimentavam.

Sempre voltavam um para o outro. E viciaram-se um no outro, da pior e da melhor forma possível.


Ninguém podia imaginar, mas eles tinham certeza.

Ninguém podia imaginar, porque eles não se preocupavam com o que os outros pensavam, tampouco inundavam as redes sociais com fotos ou declarações, preocupados que estavam um com o outro, ocupados que estavam em serem par, serem seus, serem o que vinha de dentro de seus corações, em serem apenas um do outro.

Prof. Marcel Camargo

Graduado em Letras e Mestre em "História, Filosofia e Educação" pela Unicamp/SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor Universitário e de Educação Básica. É apaixonado por leituras, filmes, músicas, chocolate e pela família.

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