Não é por acaso que se usa a expressão “fazer olhinhos de cão abandonado”. Dois estudos concluíram que é mais provável sentirmos empatia com um cão em dificuldades do que com outro ser humano e os investigadores acreditam ter descoberto porquê.

Quanto maior o desamparo da vítima, maior a empatia. E neste ponto, os cães… batem-nos aos pontos.

Uma experiência levada a cabo há dois anos propôs-se perceber se as pessoas estariam mais dispostas a doar dinheiro para ajudar animais ou humanos. Os investigadores imprimiram dois cartazes, ambos com a inscrição: “Daria 5 libras para salvar Harrison de uma morte lenta e dolorosa?” Num, a imagem era a de um menino, noutra de um cão. Quer tentar adivinhar quem recebeu a maioria dos donativos? O animal.

A uma conclusão semelhante chegou agora um novo estudo, que percebeu que os humanos ficam mais apreensivos com histórias de cães espancados ou magoados do que quando as vítimas são outras pessoas.

Para este estudo, publicado no Society & Animals, dois investigadores da Universidade Northeastern, de Boston, EUA, distribuíram a cada um dos 240 participantes uma de quatro notícias falsas. Os artigos descreviam um ataque “com um taco de basebol por um agressor desconhecido”. Ao chegar ao local da agressão, poucos minutos depois, continuavam as falsas notícias, um polícia encontrou a vítima inconsciente, com uma perna partida e múltiplas lacerações. A diferença entre os quatro artigos estava na vítima: um bebé de um ano, um adulto de 30, um cachorro ou um cão adulto. Aos participantes foi pedido que descrevessem as suas emoções, com recurso a questões padrão para avaliar a empatia.

Os níveis de empatia registados foram semelhantes entre os participantes que leram a história sobre a criança, o cão ou o cachorro, mas foram inferiores entre os tinham recebido a notícia em que a vítima era um humano adulto.

Foi esta diferença que permitiu aos investigadores perceber que é mais provável sentirmos empatia por uma vítima se a considerarmos desamparada e indefesa.