Linda.

Eu costumava chamá-la de minha, mas repentinamente, ela repousou o seu coração em outro peito. E como doeu ver a minha liberdade beijando outro alguém. Eu tenho aquela mania de romantizar tudo ao meu redor e devido a isto, eu sempre acreditei no “juntos para sempre”, mas hoje cedo, eu comecei a desacreditar nos romances infinitos. Vai ver algumas pessoas não foram feitas para ficar juntas para sempre, mesmo passando por momentos inesquecíveis juntos.

Ela era linda, eu juro. Nas outras garotas eu já não via mais graça, ela era a garota mais bonita que eu havia fotografado com as minhas retinas. Hoje, sem o castanhos dos seus olhos, meus dias continuam sem sinal de cor. Apenas um cinza triste infinito que cobre toda estratosfera terrestre.

Quisera eu saber o que se passa na cabeça dela toda vez que os seus olhos castanhos fitam os meus. Quisera eu saber dos seus sonhos nas madrugadas em que costuma sentir-se sozinha, e queria fazer parte deles também. Eu amava a maneira que a voz dela namorava os meus ouvidos em um tom calmo e suave que apenas ela tinha. Eu adorava o seu jeito desastrado-charmoso de sorrir quando tudo parecia dar errado. Mas ela nunca tirava o sorriso do rosto, cara. Disto eu nunca vou me esquecer. Ela era linda, eu nunca achei que me apaixonaria por alguém assim, jurei pra mim mesmo que não deixaria nenhum sorriso largo me bagunçar desta maneira, assim, sem explicação. Mas aí ela me aparece como quem foge de um dos contos do Caio Fernando Abreu, e me sorri um riso tão forte que causou um abalo sísmico de escala 6.5 em meu coração. Um sorriso de quase 7 graus na escala Ritcher.

Eu costumo acreditar que algumas pessoas não foram feitas para ficarem juntas eternamente. Mas que algumas delas, nos contam histórias, histórias sobre a vida, sobre o amor, histórias sobre nós mesmos. E são estes pequenos detalhes que nos tornam quem realmente somos. E estes momentos impactantes – como uma batida de um carro ou um simples abraço apertado -, momentos como estes, que dão razão e sentido a tudo. Porque o amor não quer ninguém preparado ou pronto para nada. Ele quer a gente desorganizado e desarrumado mesmo, pois quando ela chega, arruma tudo.

Há quem discorde, e diga que ele é o principal responsável por bagunçar tudo. Mas o que seria da vida sem ele? O que seria da minha se ela não tivesse passado por mim?

Linda, cara.

Apenas.

Linda.








Apaixonado pela poesia feminina. Acredito fielmente que o amor seja o infinito que resolveu morar no detalhe das palavras. Muito prazer, eu me chamo Pedro Ficarelli, e escrevo com o único intuito de pôr palavras onde a tua dor se faz insuportável.