Se você já observou um navio de perto, provavelmente notou que ele possui a parte inferior do casco pintada de vermelho. No entanto, você sabe por que essa cor é tão comum?
O motivo vai muito além da estética e tem raízes históricas, funcionais e até ambientais. Portanto, neste artigo, iremos explicar o motivo da cor vermelha e como isso impacta a navegação.
A prática de pintar cascos de embarcações com tons avermelhados surgiu há séculos, quando as embarcações eram feitas de madeira.
Portanto, civilizações antigas, como os gregos e os fenícios, usavam misturas rudimentares feitas com minerais, gordura animal e óleos para proteger o casco da ação de organismos marinhos como cracas, algas e vermes perfuradores.
Essas substâncias funcionavam como uma barreira protetora e, muitas vezes, tinham tonalidades vermelhas devido à presença de óxidos de ferro ou cobre — compostos naturais que ajudam a repelir organismos invasores.
Com o passar do tempo e o avanço da engenharia naval, o uso de placas de cobre e, posteriormente, de tintas com base em compostos de cobre se consolidou.
Isso porque o cobre tem propriedades biocidas, ou seja, ele impede que microrganismos e moluscos se fixem no casco da embarcação — um fenômeno conhecido como bioincrustação.
Essa tinta anti-incrustante, além de evitar o acúmulo de vida marinha, reduz o atrito do navio com a água. Dessa maneira, ajudando a economizar combustível e melhora a performance da embarcação.
Na verdade, o vermelho é resultado dos compostos presentes nas tintas à base de cobre. Com o tempo, essa cor se tornou padrão por uma questão funcional e visual: ela permite fácil identificação de desgaste e incrustações.
Além disso, manter a tradição ajuda a manter um certo padrão visual na indústria naval.
Apesar disso, hoje já existem navios com cascos pintados de azul, verde ou cinza, especialmente em embarcações menores ou de uso específico. No entanto, o vermelho ainda é predominante em grandes cargueiros, navios-tanque e cruzeiros.
Apesar da eficácia, o uso de tintas com cobre levanta preocupações ambientais. A liberação contínua de metais pesados nos oceanos pode impactar negativamente a vida marinha, especialmente em áreas com tráfego intenso de embarcações.
Por isso, pesquisas vêm sendo desenvolvidas para encontrar soluções mais sustentáveis. Uma das mais promissoras é a criação de tintas inspiradas na pele de tubarão — que, por sua estrutura microtexturizada, naturalmente evita a fixação de organismos sem o uso de compostos químicos.
A pintura vermelha nos cascos dos navios não é uma simples escolha estética. Ela representa séculos de evolução técnica, estratégias de proteção e adaptação às exigências ambientais.
Ainda que alternativas sustentáveis estejam em desenvolvimento, a tinta vermelha continua sendo sinônimo de eficiência, tradição e performance na navegação.
Imagem de Capa: Canva
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