Por que muitas pessoas ainda insistem que existe a “cura gay”?

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A influencer Karol Eller, após voltar de um retiro religioso, afirmou ter “renunciado à prática homossexual, além de vícios e desejos da carne”. Mas no dia 12 deste mês, retirou a própria vida, mas antes, publicou nas redes sociais: “Perdi a guerra e lutei pela pátria”.

Nota-se que existem profissionais de medicina e psicologia, inclusive padres e pastores, que acreditam e prometem a infame cura gay. Entretanto, são tratamentos que geram mais confusão porque estão mergulhados em preconceitos contra as pessoas LGBTs.

Essas terapias de reorientação sexual, estão proibidas por lei no Brasil. E desde 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID).

Na realidade, os profissionais adeptos da cura gay, não podem adotar ações coercitivas que induz os homossexuais a fazer esses tratamentos, que causam danos à saúde e levam ao suicídio dos pacientes.

Sem dúvida, precisamos falar alto e em bom tom: não há cura para o que não é doença. Não há nada para ser tratado nas relações homoafetivas, porque não se trata de uma coisa anormal e não é um desvio de personalidade.

Por isso, os psicanalistas não podem e nem estão autorizados por lei a reiterar a criminosa cura gay, uma vez que a nossa prática clínica é voltada para a singularidade da vida mental de cada sujeito, permitindo ir além do normal e do patológico, para olhar e sentir a vida como ela é.

Enfim, para sermos dignos herdeiros da psicanálise e bons profissionais, devemos seguir o que disse Freud:

“A homossexualidade não pode ser considerada uma doença. Nós a consideramos como uma variante da função sexual”.

É assim que, aos poucos vamos vencendo o preconceito que se enraizou nas religiões e nas mentes de muitas pessoas que não aceitam o diferente e não toleram as escolhas individuais de cada ser humano.