Autores

Pessoas que assumem os próprios erros são mais confiáveis

Errar conscientemente, sabendo da dor que trará ao outro, é antiético; errar tentando acertar, querendo o melhor, é necessário. Somente assumindo os erros é que estaremos aptos para aprender a não voltar para eles, bem como nos tornaremos mais confiantes e dignos de confiança.

Está aí uma espécie em extinção: pessoas que assumem o erro, que sustentam o que disseram e/ou fizeram, arcando com as consequências disso tudo. Infelizmente, prolifera-se, pelos vários ambientes de nossas vidas – trabalho, círculo de amizades, de familiares -, um comportamento extremamente danoso, por pautar-se pela fofoca, por atitudes destemperadas e impulsivas e pela omissão, quando as bombas explodem.

No ambiente de trabalho, muitos acabam fugindo furtivamente, quando se trata de assumir algum erro cometido, até mesmo negando veemente o que, como e quando fizeram algo que comprometa sua suposta eficiência. Não raro, chegam a acusar quem se encontra em nível hierárquico mais baixo, ou seja, colocam a culpa em alguém que raramente terá voz para se defender aos superiores.

Da mesma forma, existem aqueles que não demoram a acusar quem não esteja presente na roda de conversa, denegrindo a sua imagem, atribuindo-lhe falas e atitudes que nada mais são do que o retrato exato do próprio acusador. Com isso, tentam se proteger, de antemão, do que eles próprios fazem, mas não assumem, haja vista o medo que esse tipo de pessoa sempre tem de ser desmascarado.

Esteja onde estiver, a questão é que sempre haverá quem não tenha a coragem de confessar que errou, que se comportou de maneira inadequada, que agiu sem pensar, não trazendo para si a responsabilidade sobre os próprios atos. Talvez por se acharem perfeitos, ou por medo covarde, fato é que a estes será quase que impossível assumir os erros, mesmo para aqueles com quem tem mais proximidade, aqueles que nunca negam ajuda, que são compreensivos.

Não há que se temer o erro, assim como não há que se temer retratar-se, pois erra quem faz, quem se move, quem se lança e ousa sair do lugar. Errar conscientemente, sabendo da dor que trará ao outro, é antiético; errar tentando acertar, querendo o melhor, é necessário. Somente assumindo os erros é que estaremos aptos a aprender a não voltar para eles, bem como nos tornaremos mais confiantes e dignos de confiança.

Prof. Marcel Camargo

Graduado em Letras e Mestre em "História, Filosofia e Educação" pela Unicamp/SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor Universitário e de Educação Básica. É apaixonado por leituras, filmes, músicas, chocolate e pela família.

Recent Posts

Padre é acusado de intolerância religiosa após piada com fé de Preta Gil durante missa na Paraíba

Recentemente, na cidade de Areial, na Paraíba, o padre Danilo César realizou uma missa em…

19 horas ago

Golpe em aeroportos: TSA emite alerta urgente sobre fraude que rouba seu dinheiro em segundos

Recentemente, a Administração de Segurança no Transporte dos Estados Unidos (TSA) emitiu um alerta urgente…

19 horas ago

Zé Felipe entra na Justiça contra Virginia Fonseca e pede investigação completa dos bens: partilha pode envolver R$ 200 milhões

O fim do casamento entre Zé Felipe e Virginia Fonseca ganhou um novo capítulo polêmico.…

19 horas ago

“Padrinho da IA” alerta: estes são os empregos que podem desaparecer com o avanço da inteligência artificial

Com os avanços da tecnologia, a inteligência artificial vem evoluindo rapidamente. Dessa maneira, cresce um…

19 horas ago

Adam Sandler quebra recordes na Netflix com nova sequência de comédia: mais de 46 milhões de visualizações em 3 dias

Adam Sandler está provando mais uma vez por que continua sendo um dos nomes mais…

19 horas ago

ChatGPT não é seu terapeuta: CEO da OpenAI faz alerta sobre uso emocional da IA

Recentemente, nas redes sociais, um tendência um tanto inusitada vem crescendo entre os internautas: usar…

2 dias ago