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Pessoas que amam demais, ficam. Pessoas que SE amam, entendem que já deu e vão embora.

Você não deixou de amar, mas precisou ir embora. Precisou ir embora porque entendeu que, se ficasse, sofreria e teria uma vida infeliz e, cá pra nós, por que ser infeliz?

Quem já amou na vida, sabe como é. Sabe que os olhos brilham, dá aquele calafrio gostoso e, muitas vezes, a gente nem consegue falar de tanta emoção.

Sabe o quanto tudo é lindo, perfeito, marcante no início. Sabe das besteiras que já fizeram por amor, sabe das coisas que abriu mão ou perdeu por causa desse sentimento e das vezes que se anulou por sentir que era preciso ser assim para que tivesse sempre aquela pessoa do lado…

Mas, um dia, as coisas começam a mudar e o relacionamento, o convívio fica difícil, quase insuportável.

Você até tenta levar numa boa por um tempo, mas, ambos parecem que se tornaram completamente incompatíveis e, se alguém não pular fora agora, se tornarão inimigos ferozes no futuro.

É nesse instante que você pensa. O que devo fazer? Se manter nesse relacionamento confuso, doentio, que te faz mal, por amor? Onde mora o limite do possível, do permitido e suportado?

Então, você respira fundo, pensa, pensa de novo e muitas vezes mais. Olha para o lado, pensa em desistir, mas, mais uma obra bem arquitetada e perturbadora do parceiro te faz ter certeza que ali, não dá mais pra ficar.

E você vai embora. Mesmo amando, mesmo querendo muito aquela pessoa, ainda assim, você decide ir.

Muita gente me pergunta se fez errado. Outros, já julgam quem se afasta de um relacionamento, amando. Dizem que deveriam tentar mais, já que havia amor. E eu pergunto: tentar até quando?

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Cada qual sabe do seu limite. Cada qual conhece sua própria luta, seu interior e o quanto cada briga e desentendimento o machuca. Muitas vezes, esses desentendimentos viram agressões, que viram fins piores.

Você não deixou de amar, mas precisou ir embora. Precisou ir embora porque entendeu que, se ficasse, sofreria e teria uma vida infeliz e, cá pra nós, por que ser infeliz? Desde quando nos ensinaram que amar é aceitar o que não se pode aceitar em um convívio e viver na infelicidade por toda a eternidade?

Pessoas que amam demais, ficam. Pessoas que SE amam, entendem que já deu e vão embora.

Não creio que tenha feito errado ao partir, ao deixar um relacionamento, mesmo amando muito ainda a pessoa. Alguns gênios não se batem, não se misturam, feito água e óleo.

Você poderá insistir uma vida inteira e ainda perceber que era impossível praticar aquele amor. Só sentir. Praticar, estar junto, viver junto, pode ser inviável. Ou seja, eu posso amar muito alguém, mas não conseguir viver com ele.

Posso amá-lo e não concordar com suas ideias, jeitos e gestos. Com atitudes, palavras e confusões.

Mesmo que o amor suporte tudo, releve muita coisa, há coisas que não tem como relevar. Quem já viveu o pior dos relacionamentos, vai concordar comigo.

Posso não ter sangue frio pra viver assim e faço logo uma escolha: eu ou o outro? É daí que a gente opta por nós. E sai vai embora. Leve. Sem o peso de não ter tentado, de não ter se esforçado, mas como alguém que sabia que aquilo poderia ficar muito pior se ambos não se afastassem.

Entendam, não digo a respeito de terceiros que dificultam uma relação, bem ao estilo Romeu e Julieta. Digo quando duas pessoas adultas não conseguem mais viver juntas e escolhem se separar, mesmo se amando.

Nem sempre as escolhas são fáceis e, pra falar a verdade, com exceção de escolhas tipo aquela calça jeans ou a de sarja, sorvete de baunilha ou chocolate, catchup ou mostarda, a maioria delas são osso duro de roer e você não precisa suportar aquilo que uma pessoa em sã consciência jamais suportaria.

Cris Souza Fontes

Escritora, blogueira, amante da natureza, animais, boa música, pessoas e boas conversas. Foi morar no interior para vasculhar o seu próprio interior. Gosta de artes, da beleza que há em tudo e de palavras, assim como da forma que são usadas. Escreve por vocação, por amor e por prazer. Publicou de forma independente dois livros: “Do quê é feito o amor?” contos e crônicas e o mais espiritualizado “O Eterno que Há” descrevendo o quão próximos estão a dor e o amor. Atualmente possui um sebo e livraria na cidade onde escolheu viver por não aguentar ficar longe dos livros, assim como é colunista de assuntos comportamentais em prestigiados sites por não controlar sua paixão por escrever e por querer, de alguma forma, estar mais perto das pessoas e de seus dilemas pessoais. Em 2017 lançará seu terceiro livro “Apaixonada aos 40” que promete sacudir a vida das mulheres.

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