Pesquisa: A depressão é um poderoso fator de risco para doenças cardiovasculares.

Pesquisas mostram que a depressão é um fator de risco independente para doença cardiovascular, igual ao tabagismo. Sim, a longo prazo, a depressão é tão prejudicial quanto fumar. Pense em ataques cardíacos, colesterol, diabetes, obesidade e pressão alta.

Parte do motivo é que a depressão causa um estado pré-inflamatório. Ativa a cascata inflamatória para que eventos como ataques cardíacos e derrames tenham maior probabilidade de ocorrer.

A outra explicação é que tentar evitar, que faz parte da depressão, resulta em compulsão alimentar, em não se exercitar e pular medicamentos. Essa retirada passiva da solução proativa de problemas é característica da depressão – estar estressada ou esgotada.

É por isso que o trabalho de estreita colaboração com médicos de cuidados primários usando o modelo de Cuidados Colaborativos é importante. Refere-se a psiquiatras que trabalham com médicos de atenção primária, especialistas e outros terapeutas como uma equipe. Essa é a mudança mais significativa na prática da psiquiatria nos últimos 10 anos.

Na prática, isso significa três coisas:

Tentando melhorar os sintomas depressivos o mais rápido possível, porque eles são vistos como biologicamente nocivos para o corpo.

Isso apóia o uso de testes farmacogenômicos para verificar quais medicamentos têm maior probabilidade de sucesso e quais podem causar efeitos colaterais.

Tomar o medicamento certo pela primeira vez é vital para melhorar os resultados. Este teste é feito com um cotonete indolor na bochecha. Aumentar a dose do medicamento o mais rápido possível é também útil.

O estresse contribui para a liberação de hormônios do estresse, como o cortisol. Por isso, piora o risco cardiovascular.

Como o estresse crônico ou o burnout se sobrepõe aos sintomas depressivos, é importante que os psiquiatras tratem o burnout como um objetivo específico da terapia.

Amortecedores contra o desgaste: incluir exercícios, melhorar os desafios de trabalho e relacionamento. Relacionamentos tóxicos são realmente fatores de risco, e é preciso ter uma boa noite de sono.

Há necessidade do psiquiatra de orientar os pacientes sobre fatores de risco cardiovascular, como glicose no sangue, pressão alta, hiperlipidemia e tabagismo.

Melhorar essas necessidades deve ser um objetivo da terapia.

A fim de conseguir isso, a terapia tem de ter curto e longo prazo com metas. Os objetivos de curto prazo são melhorar os sintomas depressivos dentro de 10 a 12 sessões. Os objetivos a longo prazo são melhorar a saúde cardiovascular durante um período de um, cinco, 10 ou 20 anos.

Como digo aos meus pacientes:

“De que adiantará se ajudarmos sua depressão, mas daqui a um ano ou 10 anos você tiver diabetes ou derrame, o que poderíamos ter evitado?”

O papel de um psiquiatra como treinador de saúde é novo. A maioria dos psiquiatras trabalha em pequenos consultórios, isolados do resto da profissão médica. Eles não compartilham suas anotações médicas com outros médicos porque são vistos como super privados. Este é um remanescente histórico da psiquiatria relacionado ao seu estigma percebido. Isso precisa ser alterado, dado seu papel na promoção do bem-estar geral.

Conclusão: você e seu psiquiatra devem falar sobre risco cardiovascular e seu psiquiatra deve falar com seu PCP, especialista e outros terapeutas. É vital para melhorar os resultados cardiovasculares a longo prazo.

*Tradução e adaptação REDAÇÃO RH. Com informações Psychology Today.