Não tenha medo de mudar! Não tente fazer escolhas baseada em parâmetros que tinha há 20 anos ou mais. Eu acredito que o espírito permanece, mas o corpo acaba. Então, manter-se dentro dos padrões, com medo de experimentar e viver, não contribui em nada para a sua evolução. Então, viva!

Sempre fui muito prática. Seja na escolha de um prato no restaurante, na compra de uma roupa, na escolha de um trabalho ou no fato de iniciar ou romper um relacionamento: apenas seguia um padrão que já tinha criado, para facilitar o processo. Simples assim.

A bolsa mais prática de carregar, o prato já conhecido no restaurante, a casa mais perto do trabalho, o cara que me desse atenção. E hoje, enquanto passeava por sites de compras, eu me dei conta de que estou há meses escolhendo a bolsa perfeita. E isso nunca aconteceu.

As bolsas escolhidas por simplesmente serem mais práticas ou seguirem o perfil das que eu usei por anos, não me interessam mais. Eu não sou a mesma que criou estes padrões há 15 anos. Não me pareço em nada com a menina que decidiu, antes mesmo de sair do colégio, que a carreira era a coisa mais importante da vida. Não sou mais a adolescente com problemas de autoestima, que se deixava ser escolhida nos relacionamentos ou para trabalhos por achar que era o melhor que poderia conseguir. Eu não trabalho mais “batendo perna” na rua para precisar de bolsas que comportem o mundo e que sejam fáceis de carregar.

Tudo começou quando notei que, a decisão de uma vez por semana experimentar um prato diferente era seguida à risca há meses.

Anteriormente, tinha muito medo de experimentar coisas novas. Olhava com desconfiança coisas que nunca havia provado. Mas hoje, é muito diferente. Muitas vezes deixo a dona do restaurante japonês no qual sou habitue fazer a escolha para mim, ou o garçom do local novo que decidi conhecer. E, na maioria absoluta das vezes, a surpresa é positiva. Não me importo de pagar um pouco a mais, se gosto mesmo de uma coisa.

Também reparei que sem perceber, modifiquei totalmente o meu guarda-roupas. E nele não tem mais nenhum resquício da menina que não queria crescer ou da mulher que tinha que ser obrigatoriamente sexy para ter a atenção dos homens e se sentir melhor consigo mesma.

As roupas hoje têm realmente a ver comigo. Amo as camisas, as calças, as saias comportadas, às vezes um decote um pouco mais ousado, mas despretensioso. Tudo feito de outra maneira. Combinando com a pessoa que eu sou hoje. Mas precisamente, com a mulher que sou hoje.

E, se quer saber, eu me sinto muito mais sexy com esse ar de mistério, do que entregando o jogo no começo do primeiro tempo. E isso é muito pessoal. Funciona para mim.

No trabalho, eu me permiti deixar de lado o status que Ser jornalista me dava, para fazer uma coisa que realmente gosto de fazer: eu amo trabalhar com vendas! Sim, vendas. Não me permito mais ser identificada pela minha profissão. Antes eu era A Jornalista. Era a única resposta que eu tinha quando me perguntavam quem eu era. E para me desligar desta carreira com a qual não me identificava mais, porém me dava um status incrível, tive que trabalhar muito a minha mente que era terrivelmente ligada a esses ganhos.

Nos relacionamentos, não me permito mais ser escolhida. Sou eu quem escolho! Eu me tornei uma pessoa incrível e mereço uma pessoa incrível também. Trabalhei muito para isso. Investi tempo, saúde, dinheiro. Abri mão de coisas para conquistar tudo que sou hoje. E isso não pode ser deixado de lado. E não vai.

De tudo isso, aprendi que mudar não é ruim. O novo assusta, desconcerta, causa dúvidas, mas vale sempre à pena.
Não tenha medo de mudar! Não tente fazer escolhas baseada em parâmetros que tinha há 20 anos ou mais, ou nas decisões de outras pessoas. Experimente coisas novas, veja se a carreira que está seguindo é a que faz seu coração “pulsar” de verdade.

Permita-se mudar de ideia sobre a criação dos filhos, a opção do casamento, a manutenção do mesmo. Permita-se ser ousada ou não. A decisão é sempre sua. Mas permita-se!

Eu acredito que o espírito permanece, mas o corpo acaba. Então, manter-se dentro dos padrões, com medo de experimentar e viver, não contribui em nada para a sua evolução. Então viva!

Quanto à bolsa, vou experimentar um modelo novo. E se não gostar, mudo outra vez! E esta é a grande sacada.








Toda mulher merece a chance de recomeçar e ser feliz! ? Autora dos livros: "O diário da Ana"; "Do fundo do poço ao topo da montanha"