A verdade é que o destino exerce certo poder sobre as coisas e nem tudo está sob nosso domínio, porém, isso não justifica o fato de ficarmos parados esperando a vontade dos ventos.

É preciso entender que há situações que exigem postura, dinamismo e posicionamento.

Na adolescência eu costumava responsabilizar o destino por tudo o que me acontecia. Acreditava que o ser humano era refém das coincidências e que não exercia nenhuma influência sobre a vida.

Ainda bem que o amadurecimento chega para todos e, com as experiências vividas, comprovei, a duras penas, que somos os grandes responsáveis por nossas vidas e que, creditar ao destino a exclusiva responsabilidade da nossa felicidade é, no mínimo, ingenuidade.

Há quem acredite que o destino é o responsável por unir, desunir, encerrar ciclos e até recomeçar histórias e confesso que não desacredito do poder do acaso.

Tem coisas que acontecem de repente, sem aviso prévio e com uma perfeição que assusta, deixando-nos sem ação diante dos fatos.

O problema é que muitos acreditam que tudo na vida acontece por culpa dele e que, embora façamos escolhas diferentes, a vontade do destino sempre prevalece. Doce engano!

A verdade é que o destino exerce certo poder sobre coisas e nem tudo está sob nosso domínio, porém, isso não justifica o fato de ficarmos parados esperando a vontade dos ventos. É preciso entender que há situações que exigem postura, dinamismo e posicionamento.

O destino pode promover o encontro, as ligações inesperadas, a mensagem de texto fora de hora, mas não garante o relacionamento.

O destino pode promover a oportunidade do concurso público, carona no dia da prova, mas não garante a sua aprovação.

O destino pode abrir uma vaga de emprego, uma indicação para chegar até a entrevista, mas não te garante a vaga. Em outras palavras: destino também é merecimento.

Saramago em “Imprevisibilidade da Vida” afirmava que “o destino, isso a que damos o nome de destino, como todas as coisas deste mundo, não conhece a linha reta.

O nosso grande engano, devido ao costume que temos de tudo explicar retrospectivamente em função de um resultado final, portanto conhecido, é imaginar o destino como uma flecha apontada diretamente a um alvo que, por assim dizer, a estivesse esperando desde o princípio, sem se mover.

Ora, pelo contrário, o destino hesita muitíssimo, tem dúvidas, leva tempo a decidir-se”.

Por isso, acredite em destino, mas acredite, também, no seu poder e ação.

Acredite que você pode mais, que tem influência sobre as situações e que pode, sim, decidir o que quer para sua vida.

A vida acontece quando você tem consciência de que é senhor do destino e não vítima dele.








A literatura vista por vários ângulos e apresentada de forma bem diferente.