Pais que invalidam o que os filhos sentem, geram neles, transtornos mentais, diz estudo.

Pais e mães que invalidam emoções, que criticam e dificultam a construção do self estão na origem, em muitos casos, do aparecimento de quadros clínicos altamente incapacitantes, como o transtorno de personalidade borderline em adultos. Nós o analisamos.

Na vida existem muitos privilégios que pouco têm a ver com o aspecto econômico. Uma delas, talvez a mais decisiva, tem a ver com o aspecto emocional.

Crescer em um ambiente familiar em que os pais constantemente fornecem segurança, carinho e validação aos filhos é o maior dos presentes . É uma forma não só de deixar as crianças felizes, mas também de proteger sua saúde mental.

A verdade é que essa nutrição psicoemocional deve ser sempre uma obrigação e não um privilégio.

Porém, muitas vezes observa-se certo descuido, certas lacunas e alterações no vínculo que deixam sérias consequências. Tanto que a invalidação parental está relacionada ao desenvolvimento posterior de mais de um problema psicológico.

A rejeição explícita dos eventos que ocorrem na dimensão emocional de nossos filhos é uma fonte muito intensa de angústia psicológica.

O senso de si mesmo, a identidade é distorcida e ele é levado a acreditar que boa parte de suas necessidades está errada ou defeituosa.

Ninguém deve crescer em meio a essa dinâmica. Insistimos mais uma vez na mesma ideia: a paternidade baseada no apego seguro e na atenção emocional correta é um direito que toda criatura deve receber.

A invalidação emocional mais comum dos pais para os filhos é a frase clássica que começa com “isso não é nada”.

Em nossas interações com os pequenos, muitas vezes tendemos a invalidar suas emoções sem perceber.

Pais que invalidam e como o fazem

Entendemos a invalidação emocional como o mecanismo que uma pessoa exerce sobre a outra por meio da rejeição, minimização ou manipulação explícita dos sentimentos.

Infelizmente, é uma dinâmica que costuma aparecer em muitas das nossas relações com os outros, seja na esfera familiar, como na esfera relacional e até na de amizade.

Porém, em nenhum tipo de vínculo é tão decisivo cuidar da validação emocional como na criação e educação dos filhos.

Reconhecer as necessidades, emoções e sentimentos dos pequenos sem julgar ou criticar favorece seu desenvolvimento psicoemocional. Também a sua identidade.

É assim que conseguem marcar presença no nosso mundo, sentindo-se valorizados e compreendidos.

O oposto, ter pais invalidantes, é a origem de múltiplos transtornos mentais. Por exemplo, estudos como os realizados na Universidade de Washington, por exemplo, destacam como a invalidação familiar está relacionada ao aparecimento de lesões autoprovocadas na adolescência.

Além disso, nos últimos anos, foi possível estudar mais consequências que agora analisaremos.

Vejamos primeiro como se produz esse tipo de mecanismo de invalidação parental.

Qualquer criança exposta a um ambiente incapacitante se sentirá punida por realidades emocionais que são totalmente normais e respeitáveis.

Punitivo, punição por expressar necessidades

Ter medo, sentir- se ansioso , preocupado, exigir atenção… As crianças expressam suas necessidades por meio de comportamentos que às vezes podem esgotar os pais.

Se não entendermos o que está por trás de cada comportamento de nossos filhos, estaremos invalidando-os, negligenciando-os e negando-lhes a resposta mais adequada em cada situação.

Por esta razão, muitos cuidadores optam pelo castigo, por aquele grito que os paralisa e até, nos piores casos, por uma bofetada ou bofetada.

O castigo físico que visa controlar o comportamento negativo tem consequências graves e devemos lembrá-lo. Longe de resolver qualquer coisa, a educação baseada no medo e na dor intensifica a ansiedade e a culpa.

Minimiza: o que você sente não é importante

A técnica de minimização é o recurso mais comum na invalidação dos pais. Aliás, é muito frequente que muitos de nós nos lembremos de alguma frase, comentário ou atitude de nossos pais nessa linha.

Acontece quando descartam a emoção que a criança sente em determinado momento, subestimando -a sem abordar a questão que a motiva.

O “não chore, isso não é nada”, “não fique bravo porque não importa”, “é só um brinquedo, tudo bem perder” ou ainda “não fique triste com isso, tem coisas mais sérias da vida”, são formas de aniquilar a experiência psicoemocional de toda criatura. Não dar importância e descartar o que a criança sente fará com que ela acredite que suas emoções e problemas não são relevantes.

Iluminar emocionalmente a criança

A prática do gaslighting parental significa alterar conscientemente o que a criança sente para ganhar poder sobre ela.

Nesse caso, as emoções não são apenas invalidadas, mas também distorcidas, fazendo-as acreditar que há algo de errado com elas.

Também que, na realidade, o que lhes acontece ou o que precisam é outra coisa. Seguem alguns exemplos desse fenômeno:

1) O que acontece com você é que você é uma criança muito sensível e muito fraca.

2) Você é exagerado, não pode viver com você.

3) Você não está com fome, o que você tem é sono.

4) Você não está com raiva, o que você está é entediado.

5) Cale a boca, porque nada te machuca, o que acontece é que você é mimado.

Especialistas descobriram que a invalidação dos pais está relacionada ao transtorno de personalidade limítrofe.

Às vezes, apesar de terem atingido a maioridade, os pais continuam a invalidar.

Transtorno de personalidade limítrofe e famílias incapacitantes

Em um estudo muito recente da Dra. Stephanie Lee, da Universidade Nacional de Cingapura, foi demonstrado que os pais invalidantes estão por trás do início do transtorno de personalidade limítrofe em seus filhos em muitos casos.

Os dados apenas confirmam, mais uma vez, como essa condição está sempre ligada a eventos traumáticos ocorridos na infância.

Os responsáveis ​​por este trabalho comentam que este transtorno é melhor compreendido a partir de um modelo biossocial.

Em outras palavras, crescer em um ambiente social incapacitante pode ser devastador, mas se essa criatura também mostra maior impulsividade e vulnerabilidade emocional desde tenra idade, o risco de derivar em um problema mental aumenta.

Em essência, tudo isso nos lembra como é decisivo que os pais saibam orientar seus filhos em todos os desafios emocionais. Educar um filho não é uma tarefa fácil. Mas pensemos que promover uma infância baseada na segurança e na atenção a todas as necessidades constrói uma base sólida para o adulto do futuro.

A infância deve ser percorrida para alcançar uma maturidade mais feliz, ou preparada, ao menos, para enfrentar cada desafio vital.

*DA REDAÇÃO RH. Com informações LLM.

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