Você já viveu aquela situação em que uma pessoa com quem você teve algo — ou quase teve — simplesmente desapareceu. No entanto, ela continua vendo e reagindo aos seus posts? Se sim, você já foi vítima do orbiting.

Nas redes sociais, esse comportamento está cada vez mais comum. Essa prática ganhou o nome de “orbiting” pois lembra um planeta girando ao redor de outro: está perto o suficiente para ser notado, mas longe demais para haver uma conexão real.

Portanto, neste artigo, iremos entender como o orbiting se manifesta, por que ele acontece e o que fazer para não cair nessa cilada emocional.

O que é orbiting?

O termo orbiting surgiu em 2018 e foi popularizado por textos de comportamento nas redes sociais. A ideia é simples: a pessoa que pratica o orbiting, o “orbitante”, não se comunica diretamente com você, mas continua interagindo digitalmente.

Dessa forma, essa pessoa se mantém presente no “seu universo”, mesmo sem envolvimento real.

Na prática, é como se a pessoa dissesse: “Não quero me aproximar, mas também não quero sumir totalmente da sua vida”. E isso pode ser extremamente confuso e emocionalmente desgastante.

Como o orbiting afeta a saúde emocional?

Estar sob orbiting pode parecer inofensivo à primeira vista, no entanto, muitos psicólogos alertam: essa prática pode afetar a autoestima e gerar ansiedade. Isso porque, diferente do ghosting, em que o desaparecimento é claro, o orbiting cria um falso senso de possibilidade.

Você começa a se perguntar:

  • “Será que ele(a) ainda está interessado(a)?”
  • “Por que continua vendo meus stories, mas não manda mensagem?”
  • “Será que fiz algo de errado?”

Essa confusão mental consome energia emocional e te prende numa espécie de limbo afetivo.

Por que as pessoas fazem orbiting?

As razões podem variar, mas algumas motivações comuns são:

1. Medo de se comprometer

Algumas pessoas têm dificuldade em encerrar relações de forma clara. Orbitar é uma maneira de manter uma conexão superficial sem precisar assumir responsabilidade emocional.

2. Busca por validação

Estar presente no feed de alguém pode ser uma forma inconsciente (ou não) de inflar o ego. Dessa maneira, ao saber que ainda são notados traz uma sensação de controle e vaidade.

3. Curiosidade

Alguns orbitantes simplesmente gostam de “espiar” a vida alheia. É o famoso “ver sem se envolver”.

4. Possível segunda chance

Manter uma presença digital sutil pode ser uma tentativa de deixar a porta entreaberta para um possível retorno no futuro.

Como romper o ciclo do orbiting?

Então, se você está sendo orbitado, é importante resgatar sua autonomia emocional. Veja algumas estratégias práticas:

Silencie ou bloqueie

Eliminar o acesso da pessoa às suas redes pode ajudar a cortar o ciclo e impedir que ela continue mandando sinais contraditórios.

Estabeleça limites

Se a pessoa aparece de tempos em tempos e você sente que isso te afeta, não tenha medo de ser claro ou até mesmo ignorar. O silêncio também é uma resposta.

Reforce seu autoconhecimento

Pergunte-se: por que essa presença me incomoda tanto? Estou esperando algo que já ficou no passado? Essas respostas podem ajudar a entender o que você realmente quer.

Busque apoio

Conversar com amigos ou fazer terapia pode te ajudar a enxergar a situação com mais clareza e resgatar sua autoestima.

Você merece clareza

O orbiting é, no fundo, um reflexo da dificuldade moderna de se comunicar de forma honesta e direta. Ainda que pareça inofensivo, esse comportamento pode impactar negativamente sua saúde emocional.

Por isso, o mais importante é estar atento aos sinais e, principalmente, valorizar relações que te oferecem reciprocidade e clareza.

Lembre-se: quem realmente se importa, aparece — não apenas na sua timeline, mas na sua vida.

Imagem de Capa: Canva