“Eu espero me recuperar de 2019!”

“Ainda bem que o ano está acabando…”

Entra ano, sai ano, parece que as lamentações só aumentam. Estamos vivendo o fim do mundo ou caminhando para isso? Não tenho certeza, mas no caminho de mim mesma, penso que há algum sentido nisso tudo.

O ano de 2019 foi para mim certamente de grandes mudanças e revelações. Foi o ano em que o prédio em que morava foi interditado às pressas e levei setenta dias para reaver meus móveis e quase tudo o que eu tinha dentro dele. Nesse tempo, fui desligada da empresa em que havia trabalhado nos últimos quatro anos, o que me deixou sem chão, pois ainda não tinha reavido meus pertences nem sabia quando – e se – os reaveria. Dos nossos maiores pilares de sustentação, a casa e o trabalho, em cerca de um mês, eu perdi os dois. Depois disso, meu filho decidiu morar fora; também fiquei doente. Pessoas por quem eu teria colocado a mão no fogo mostraram faces que eu jamais pude ver antes.

E eu me pergunto: o que foi 2019 para mim? Uma benção! Um terremoto na minha vida, para me tirar do lugar ao qual eu não pertencia.

O ano que me mostrou quem verdadeiramente importa e aqueles dos quais eu devo passar longe, fazendo-me a “louca”.

As tantas mudanças não me provocaram lágrimas ou revolta, mas preocupação e medo. E o tempo mostrou, pouco a pouco, o lado bom de cada problema que surgiu. Pelos meus próprios pés, talvez eu tivesse demorado anos para sair de onde estava e chegar onde estou agora: dona do meu nariz, feliz, contando as minhas histórias, confortável em meu propósito de vida: sonhar, escrever e colocar no papel.

A solitude aumentou, bem como a introversão. Escrevo de manhã, à tarde e à noite. Não é trabalho, é amor, é prazer, realização. Meu novo lar é também o lugar onde eu escrevo, meu filho vai muito bem, cresceu! Os amigos? Os melhores ficaram, aliás, nunca se foram; alguns novos chegaram. E chegam!

Com a maturidade e evolução, atraímos melhores pessoas, melhores coisas e melhores situações, aprendemos a plantar melhor e a colher sem medo. Eu sabia que, com todas as boas intenções dentro de mim, toda a tormenta traria algo de bom. E trouxe: a plenitude de passar o dia sozinha e me sentir profundamente feliz. Nos meu escritos, nos pensamentos leves, o mundo é melhor na minha cabeça, sempre foi e continua a ser.

Entra ano, sai ano…

Não são bem os anos que mudam, mas os anos que nos mudam, que nos moldam, que nos aperfeiçoam. Este 2019 foi o ano do amor por mim mesma, da libertação de toda e qualquer culpa, da verdade, de como as pessoas são. Foi o ano da aceitação do caos mediante a fé de que algo melhor viria, do amor e respeito aos meus, dos valores da vida, que estão muito longe da condição financeira e status diante de uma sociedade tão fria e caótica. Mas principalmente foi o ano dos ganhos que só a liberdade de ser quem eu sou e a verdadeira fé podem trazer: paz interior, crença em si mesmo, fluidez e certeza de que tudo está em seu lugar e ocorre como tem de ser.

O que será em 2020? O melhor de mim! Entra ano, sai ano, quem muda sou eu. Sorte de quem compreende e então aprende.

Feliz ano novo para quem sabe se renovar a cada dia! Feliz novo você, em 2020, todo o ano e todos os dias!








Brasileira, 41 anos, formada em Tecnologia em Processamento de Dados, pós-graduada em Gestão Estratégica de Pessoas. Atua numa multinacional na área administrativa como profissão. Escritora, colunista e roteirista por paixão. Poliglota. Autora de doze livros publicados de forma independente pelo Amazon, além de quatro roteiros para filme registrados na Biblioteca Nacional. Colunista no próprio site www.carolinavilanova.com e vários outros. Youtuber no canal Carolina Vila Nova, que tem como objetivo divulgar e falar sobre as matérias do próprio site.