Uma vez, uma mulher me disse exatamente essa frase: “Eu não perdi a esperança de ter aquele homem de volta para mim.” Mesmo eu sabendo de sua história com o tal homem, mesmo eu sabendo que ele mentia pra ela, que a maltratava e a fazia infeliz, mesmo assim, eu não pude julgá-la por querê-lo volta.

O amor tem vielas as quais mal compreendemos. Quem vê de fora, vê de forma tão límpida que poderia até descrever os tempos em passado, presente e futuro.
Mas, quem está do lado de dentro dos muros de uma relação, não vê com tanta nitidez tudo que está em jogo. Só percebe o amor dentro de uma venda e mal se importa se aquilo a fará feliz ou infeliz. Então, sem julgamentos aqui.

Ela o queria de volta. Mesmo ele a fazendo infeliz durante boa parte do relacionamento. Ela não sabia viver sem ele. Bom, pelo menos, assim ela pensava.

Quando somos afastados de alguém contra a nossa vontade, quando alguém nos deixa, vai embora, mesmo que essa pessoa não valha a pena, a gente sente a falta. Sente porque estávamos acostumados a viver daquela forma, acostumados ao todo dia, ao conforto que uma estabilidade em relacionamento nos causava. Daí, quando tudo termina, ao invés de seguirmos nossas vidas (o que seria muito correto) preferimos lamentar a ausência do outro e nutrir em nós a bendita esperança de “quem sabe um dia ele volte”.

Voltar para quê? Para nos fazer reviver tudo aquilo que não precisamos mais viver? Para nos deixar noites em claro chorando por termos sido maltratadas, rejeitadas ou humilhadas?

Mas a cabeça de quem depende emocionalmente de alguém, não compreende que a vida pode ser vivida sem aquela pessoa que o fez infeliz. Se ele ou ela o(a) deixou, depois de tanto fazê-lo(a) sofrer e chorar, não seria uma libertação? Não seria a hora de você enxergar isso como uma oportunidade de construir sua própria vida ao invés de se lamentar por aquele que foi e ter esperanças de que ele volte? Não seria uma perda de tempo e energia?

Independente de como tenha sido o relacionamento. Independente se você foi magoada ou a outra pessoa foi. Independente se seu amor era um tolo ou o tolo é você por tê-lo feito sofrer e chegar ao ponto de não haver mais um relacionamento! Independente! Saiba que se acabou, acabou. O que morreu, morreu. O relacionamento se perdeu, partes erraram, e é assim! Vida que segue, amor!

Ao invés de “tenho esperanças de que ele volte” pense em “tenho esperanças de que conseguirei viver sem ele” e pronto!

A gente perde tempo demais esperando que algo que já se acabou volte a acontecer, esperando que alguém volte, que uma história volte, que tudo será lindo como antes ou “diferente dessa vez”. Já foi, já era! Passe a mão em suas esperanças e se fortaleça para seguir seu novo caminho e viver histórias e sensações novas!








Escritora, blogueira, amante da natureza, animais, boa música, pessoas e boas conversas. Foi morar no interior para vasculhar o seu próprio interior. Gosta de artes, da beleza que há em tudo e de palavras, assim como da forma que são usadas. Escreve por vocação, por amor e por prazer. Publicou de forma independente dois livros: “Do quê é feito o amor?” contos e crônicas e o mais espiritualizado “O Eterno que Há” descrevendo o quão próximos estão a dor e o amor. Atualmente possui um sebo e livraria na cidade onde escolheu viver por não aguentar ficar longe dos livros, assim como é colunista de assuntos comportamentais em prestigiados sites por não controlar sua paixão por escrever e por querer, de alguma forma, estar mais perto das pessoas e de seus dilemas pessoais. Em 2017 lançará seu terceiro livro “Apaixonada aos 40” que promete sacudir a vida das mulheres.